Pra dar uma boa energizada, que tal uma cachoeira? Em meio a um clima seco, às vezes mais seco do que o de um deserto, capaz de fazer os seus lábios ficarem mais rachados do que a falha de San Andreas, os habitantes de Goiás são agraciados com inúmeros destinos de ecoturismo, dentre os quais a Chapada dos Veadeiros. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é composto por rochas de bilhões de anos, e restantes de culturas antigas de mineração. Patrimônio Mundial pela UNESCO, são 65.514 hectares do que chamam de cerrado de altitude. Massa, sim ou sim?
Quem mora em Brasília já tem aquele destino marcado em feriadões ou em finais de semana especiais: pegar a estrada para Alto Paraíso, a cidade que serve de portal para a Chapada, e curtir uma cachu. Pra se livrar do calor capetônico que assola a região em grande parte do ano, as águas geladérrimas se encaixam bem. Foi o que fizemos já 3x! São 242km da capital brasileira, cerca de 3h de carro.
A propósito, os colegas do Piña Blog também fizeram um post sobre a última visita à Chapada, e vocês podem acessá-lo aqui. Vejam também a visão deles dos fatos 🙂
Tem também o vídeo acima que fala sobre cada uma das cachoeiras citadas aqui no vídeo (exceto as de São João d’Aliança). Há um foco maior nas cachoeiras do Parque Nacional. É um vídeo muito dinâmico e divertido, e bem denso. Acessem!
Índice
Este post terá o seguinte conteúdo. Caso queira pular para o conteúdo em questão, basta clicar que irá diretamente para ele!
- Guia de Viagem
- Cachoeiras que Visitamos
- Extra 1: Jardim de Maytrea
- Extra 2: Rio das Almas
Guia de Viagem
Vale a pena visitar a Chapada dos Veadeiros?
O objetivo na última visita à Chapada era tirar foto de estrelas. Conseguimos! |
Como chegar?
As botas da Liliam, que já percorreram quatro continentes. |
Dica: Não deixe de baixar os mapas no Google Maps da região, pois as chances são grandes de ficar sem sinal de internet 3g.
Onde se hospedar?
Descansando na Casa África, em Alto Paraíso. |
- São João d’Aliança: é a primeira cidade na Chapada dos Veadeiros quando se vem de Brasília. Tem até uma plaquinha brilhante dizendo “bem vindos!”. Normalmente as pessoas ignoram, mas ali existem duas grandes pérolas escondidas na Chapada dos Veadeiros: a Bocaina do Farias e a Cachoeira do Label. E vale a pena ficar lá, também!
- Alto Paraíso de Goiás: é a cidade com melhor infraestrutura das três, o que não significa muito, mas é algo. Vias asfaltadas, boa oferta de hoteis e campings para todos os gostos e bolsos, e também com uma rua principal movimentada e com muitos restaurantes. É bem perto do Parque e de várias cachoeiras boas, como Almécegas II, Lokinhas e Vale da Lua. Ah, quem quiser também se proteger contra um possível apocalipse causado por invasão de alienígenas, saiba que a cidade possui estrutura espiritual para garantir a sua sobrevivência.
- São Jorge: cidade com infraestrutura simples. A via para chegar até ela é toda asfaltada e, quando fomos, estava ótima, porém a cidade em si é toda com estrada de terra. Passa carro e sobe um poeirão de que a Ivete Sangalo estaria orgulhosa. Também é grande a oferta de pousadas, campings e restaurantes muito agradáveis! Para quem quiser uma experiência mais rústica e rural, é este o lugar. Fica do ladinho do Vale da Lua. Nos últimos tempos, São Jorge tem se destacado com relação às outras cidades, pois suas pousadas estão uma graça e os restaurantes super “fofinhos” e com comida boa! Compensa ficar lá!
- Cavalcante: Essa é mais afastada, fica a 2h de Alto Paraíso. A infraestrutura é mediana: estradas asfaltadas, mas sem uma rua principal com restaurantes. A principal vantagem de se hospedar ali é pela proximidade da Comunidade Quilombola Kalunga, onde fica a cachoeira Santa Bárbara, famosa por sua água azul turquesa. Dado que, para chegar na cachoeira ao meio dia, que é o momento em que ela fica mais bonita, é necessário chegar cedo, estar hospedado em Cavalcante já deve ajudar muito para quem é parente do Seu Madruga e não gosta muito de acordar com as galinhas.
Alienígenas do Chappada Hotel. |
- Junho de 2014: ficamos no Chappada Hotel. É grande, quartos confortáveis, com bom café da manhã (para nossos padrões) e com um monte de bonecos de alienígenas por todos os cantos e vestidos de tudo quanto é tipo! Deu para tirar altas fotos! Haha. Recomendamos, se houver vaga. Reservar com antecedência.
- Abril de 2017: alugamos uma suíte externa em uma fazenda no Airbnb, a suíte da “Casa Indaiá”. É muito boa, relativamente perto do centro, mas ao mesmo tempo suficientemente afastada, com ar condicionado e tudo mais. O melhor é o céu estrelado, caso seja época de lua nova e não tenha nuvens. É espetacular! Pena que, nessa época, só pegamos chuva e não deu para aproveitar nada. Alugando essa suíte, você não tem acesso ao restante da casa, somente à suíte, o que serve muito bem.
- Setembro de 2017: voltamos para a mesma fazenda com um grupo de amigos do Piña Blog, pois adoramos o lugar e queríamos tirar fotos do céu estrelado. Dessa vez, alugamos a “Casa da África” inteira. É um ótimo lugar para se ter uma experiência bem calma e aconchegante ao mesmo tempo.
- Setembro de 2018: essa foi a vez mais diferente, pois ficamos em São João d’Aliança, e fomos com dois amigos, Dani e André. Ficamos em um chalé na lindíssima Pousada Rebendoleng, uma ecopousada mantida por dois anfitriões maravilhosos, o Seu Geraldo e a Dona Marlene. São três chalés disponíveis e uma área de camping. Ela oferece café da manhã, incluso, e uma janta, à parte, que é uma delícia. Para reservar um chalé lá, é necessário falar com eles via whatsapp, e o pagamento será em dinheiro. O contato é +55 62 9669-4729.
- Janeiro de 2019: dessa vez, ficamos no Valle das Pedras, que fica a 5km (de terra) de São Jorge, ou seja, pertinho. Alugamos por meio do Airbnb, e o anúncio foi Suíte Simples de Casal 02 Valle das Pedras. Era, como o nome diz, uma suíte bem simplesinha, com uma cama e um banheiro. Do lado de fora, uma mesa, onde fizemos uns lanches (que levamos), uma rede, em que dava vontade de ficar o dia inteiro, e uma cadeira pendurada. Sem frigobar. Tem outras opções de chalés com cozinha e geladeira. Só conferir no perfil deles do Airbnb. Uma vantagem de ficar nesse lugar é que tínhamos livre acesso às cachoeiras e à prainha do Valle das Pedras. Assim, de nosso chalé, com 2 minutos de caminhada apenas já estávamos em uma cachoeira, o que era ótimo pra relaxar num fim do dia. Adoramos!
Visão do nascer do Sol na Casa da África, em Alto Paraíso. |
Quando ir? Como é o clima?
Um mirante na trilha para a cachoeira Almécegas II. |
Internet? Como é?
Pedindo aos céus que venha uma internet boa! |
Dinheiro ou cartão?
Vista do Mirante Nova Aurora, em Cavalcante, Goiás. |
Quanto tempo ficar?
Um lindo lago em algum lugar. Não me lembro onde era, já faz tempo! Haha! |
Que negócio é esse de alienígenas?
Disco voador na frente do Chappada Hotel. |
Preciso de uma 4×4?
Na rodovia entre Alto Paraíso e São Jorge. |
Uma única ressalva se faz à estrada de terra da Cachoeira do Label. Nela, seria desejável ter uma 4×4, mas, com paciência e amigos para empurrar o carro, você conseguirá passar pelos lugares.
Agora, vamos falar sobre as cachoeiras em si!
Cachoeiras que Visitamos
Cachoeiras próximas de São Jorge
Trilha dos Saltos no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Visitamos em: Janeiro de 2019
Entrada: gratuita
Trilha: difícil (10km de extensão, com desnível de 300m). Pode ser completada em 6 a 8h.
Cidade mais próxima: São Jorge
É a trilha principal do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, e te leva a dois saltos belíssimos, que não têm nome, e são identificados como Salto de 120m e Salto de 80m.
Vale do Rio Preto. É lindo até demais. As fotos não mostram a grandiosidade! |
A trilha possui uma longa passagem pela paisagem típica do cerrado, com suas árvores retorcidas e preservadas em seu estado original. Em um determinado momento ela se divide em duas: de um lado, se vai para o Vale do Rio Preto, onde se vê os saltos propriamente ditos; de outro, se vai para uma área de corredeiras.
Na primeira, o Salto de 120m, não se pode entrar, é apenas para contemplação. Já a segunda, o Salto de 80m, possui área de banho, embora não se possa chegar perto, pois existe grande risco de afogamento.
No caminho desses saltos, você também tem a vista que, pra mim, é a melhor da Chapada dos Veadeiros, sem dúvidas! É a vista no mirante do Vale do Rio Preto, que é o grande cartão-postal do parque.
Após os dois saltos, voltamos na trilha até o ponto onde ela se divide, e fomos para as corredeiras. Ela tem duas paradas. A primeira é o carrossel. E, não, não saímos de um parque de natureza para um parque de diversões! O carrossel é uma série de quedas que fazem curvas. Tem um mirante legal, mas só dá pra descer na época da seca. A segunda parada são as corredeiras em si. A força da água é bem forte, então, se for entrar, melhor saber nadar.
Então, existe uma trilha de volta até a portaria.
Atenção: existe um limite de 750 pessoas no parque. Então, caso seja feriado ou alta temporada, chegue cedo. Houve dias em que as fichas, distribuídas ao chegar, acabaram em 30 minutos.
Trilha dos Cânions no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Visitamos em: Janeiro de 2019.
Entrada: gratuita
Trilha: médio/difícil (11km no total)
Cidade mais próxima: São Jorge
É mais uma trilha no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. É mais simples e também mais fácil do que a Trilha dos Saltos.
Ela consiste em inicialmente aproximadamente 3km de trilha (6km ida e volta) praticamente plana e sem muitos atrativos, ao menos na minha opinião. A partir de um certo ponto, ela se subdivide em dois. Uma vai para o Cânion I, ou Carioquinhas, e o outro vai pro Cânion II.
Ambos os Cânions são lindos, mas só banhamos no Cânion I, pois, assim que chegamos no Cânion II, começou uma chuva forte, e o risco de tromba d’água era forte. Optamos por não arriscar nossas vidas e voltamos na trilha.
Atenção: existe um limite de 750 pessoas no parque. Então, caso seja feriado ou alta temporada, chegue cedo. Houve dias em que as fichas, distribuídas ao chegar, acabaram em 30 minutos.
Vale da Lua
Liliam sentada em uma das pedras do Vale da Lua. |
Recomendamos em: qualquer uma dessas épocas
Trilha: fácil (600m)
Entrada: R$20
Cidade mais próxima: São Jorge
Próximo de uma cachoeira no Vale da Lua. Esse lugar somente surge esse lugar na época da seca. |
As águas do rio São Miguel que passam pelas pedras são bem transparentes. Se o sol estiver incidindo sobre elas, dá pra nadar nos poços muito bem, dada a boa visibilidade. O importante é tomar cuidado na hora de subir, pois pode bater a cabeça em alguma pedra.
Em um dia no Vale da Lua em que estava bem vazio e agradável! |
Dica: entrar de corpo e alma logo nas águas antes que desista. Mas, claro, não pule, a não ser que queira se machucar muito ou acontecer algo bem pior.
Água bem transparente! |
A trilha até o Vale da Lua é fotogênica! |
Curiosidade: foi nesse lugar em que Paolla Oliveira gravou cenas pelada pelada nua com a mão no bolso de sua personagem Danny Bond na minissérie “Felizes Para Sempre?”. A cena pode ser vista aqui.
Valle das Pedras
Visitamos em: Janeiro de 2018.
Entrada: R$15,00
Trilha: fácil/médio
Cidade mais próxima: São Jorge
O Valle das Pedras foi a atração em que nos hospedamos em Janeiro de 2018, então tínhamos livre acesso a suas cachoeiras. Mas qualquer um pode visitar.
São dois caminhos possíveis. Um bem curtinho que leva a uma “prainha” de rio, lugar super agradável onde há uma corredeira d’água e o que eu mais curti: um balanço em uma árvore. Super bonitinho.
O outro é mais longo, e leva a uma série de 7 poços com pequenas cachoeiras, e também ao Valle das Pedras.
O primeiro poço vem logo após uma caminhada de menos de 2 minutos. É bem rasinho e, se o sol estiver incidindo sobre ele, as águas serão cristalinas e com alguns peixinhos.
Logo depois, após uma subida, tem mais poços, mas o mais relevante é o 5°, que é o do vale das pedras em si. E é muito bonito! O próprio nome do lugar o descreve bem: um rio que passa no meio de uma depressão formada de pedras. É belíssimo e, não se preocupe, você não vai ficar deprimido!
Este é o vale das pedras em si. |
Caminhando mais um pouco, é possível chegar até o 7° poço, que olhando é bem simples e não muito bonito, mas tem uma corredeira d’água bem rasa com umas pedras, e é uma delícia deitar ali!
A água faz uma massagem natural no teu corpo todo. Muito bom!
Botinhas guerreiras no último poço. |
Cachoeiras próximas de Alto Paraíso
Cachoeira dos Cristais
Cachoeira dos Cristais, em Alto Paraíso, Goiás. |
Trilha: fácil, porém íngreme (800m)
Cidade mais próxima: Alto Paraíso
Almécegas II
O pontinho lá no fundo sou eu, haha! |
Foi uma cachoeira que me agradou muito por dois motivos. Primeiro, o seu aspecto mais horizontal. Quedas pequenas em que você pode ficar simplesmente relaxando, o que é ótimo para um final de tarde. E segundo porque possui um poço com uma parte rasa e cheia de peixinhos, onde pudemos tirar fotos muito boas!
Muitos peixinhos na Almégecas II! |
O grande problema foi a lembrança trágica do meu celular na época, o Sony Xperia Z1, amplamente divulgado na época como o celular para tirar foto embaixo d’água. É verdade, mas as portinhas da saída de energia devem estar devidamente vedadas. Ocorre que eu deixei cair o celular na queda d’água. Fui só observando o bichinho rolando em câmera lenta, abrindo todas as suas comportas e, por fim, caindo na água. Sofri. Sim, chorei copiosamente por 3 dias e 3 noites pelo bem material que havia acabado de comprar há alguns meses. Tentei executar procedimentos de ressurreição no hotel com um secador de cabelo. Tudo em vão. Requiescant in pace. As fotos, pelo menos, ficaram legais.
Lokinhas ou Loquinhas
Água mega transparente! |
Recomendamos em: Junho de 2014.
Trilha: superfácil (construída com pontes)
Cidade mais próxima: Alto Paraíso
Importante: visitar próximo do meio-dia, para que o sol incida diretamente nos poços, deixando-os transparentes.
Trilha da cachoeira quase toda em pontes. |
Boa para boiar! |
Poço Encantado
Poço Encantado, na Chapada dos Veadeiros. |
Entrada: R$20
Cidade mais próxima: Alto Paraíso
Cachoeira do Poço Encantado. Estava com bastante água porque era época de chuva. |
Cachoeiras próximas de Cavalcante
Cachoeira Santa Bárbara
O azul turquesa da Cachoeira Santa Bárbara. |
Recomendamos: nessa época mesmo.
Cidade mais próxima: Cavalcante
A belíssima Cachoeira Santa Bárbara, em Calvalcante. Essa foto foi tirada pelo Neuton! |
Dica: para melhor apreciação, é importante chegar lá na cachoeira ao meio-dia, pois, assim como outras, a sua cor e sua transparência se intensificam com o sol incidindo nelas. Para conseguir chegar lá no meio-dia, é importante estar na porta às 11h, no mínimo, caso seja dia de semana; ou ainda mais cedo, caso seja no final de semana, pois, nesse caso, a cachoeira lota.
Fomos duas vezes. Uma em Abril de 2017, mas essa foi trágica. Depois de horas para chegar lá, o céu todo aberto e lindo, assim que chegamos na porta caiu um toró respeitável, daqueles de deixar tudo com lama por todo lado, uma tristeza só. Decidimos dar meia volta e nem entramos. Frustrados com isso, decidimos voltar em Setembro de 2017. O problema é que era um final de semana e nos programamos para chegar às 11h da manhã. Infelizmente, a lotação estava cheia e não conseguimos entrar ao meio-dia, então aproveitamos a cachoeira pelas 4h da tarde, quando já havia sombra. Mesmo assim, foi ótimo!
Cachoeira das Capivaras
A Cachoeira das Capivaras. Muito bonita, cheia de verde e belezas! |
Cidade mais próxima: Cavalcante
Pedras na Cachoeira das Capivaras. |
Cachoeiras próximas de São João d’Aliança
Bocaina do Farias
Cidade mais próxima: São João d’Aliança
Precisa de guia? sim, altamente recomendado.
Saímos de nossa pousada, a Pousada Rebendoleng, às 9h da manhã, em direção à uma aventura! Fomos de carro com um guia até um ponto sem marcação alguma e começamos a trilha até a Bocaina do Farias. Na ida, você desce, desce, desce e desce! Isso exige um pouco de cuidado para não escorregar. Tem alguns córregos no caminho, mas o começo é bem tranquilinho. Aprecie sem moderação!
No meio do caminho há uma casa abandonada, típica de um cenário pós-apocalíptico! Parece toda saqueada e com objetos, no mínimo, assustadores!
Depois dela, a descida começa a ficar mais íngreme, mas, de sorte, pessoas do bem instalaram correntinhas pra ajudar! Cuidado! Mas, logo, chega-se na entrada da fenda do Cânion, que é, no mínimo, um fenômeno! A vegetação densa ao redor e o rio passando no meio, é incrível! Trocamos nossos calçados por sandálias impermeáveis, pois, a partir de então, a trilha envolveria partes com água até o joelho, pelo menos! E fomos entrando com muito cuidado.
Entramos! Uaaau, é incrível lá dentro! É muito alto e a luminosidade vem lááá de cima, tímida! As paredes de pedra ficam ora estreitas e ora largas, fazendo curvas que são uma beleza incrível da natureza! Caem gotículas de água das bordas, que dão um clima único para o ambiente.
E como é grandioso! Você anda até chegar em uma parte que é inundada, então, pra continuar, só a nado, e é bem fundo! Se não souber nadar, leve colete salva-vidas! Mas compensa, porque do outro lado tem uma Cachoeira no meio das pedras. Maravilhosa!
É inacreditável o visual na Bocaina do Farias! |
Apreciamos, e, logo, fomos voltando pela fenda, sempre apreciando o que a natureza tem para nos oferecer.
A saída é bela, porque a visão do lado de fora, saindo da caverna, dá a impressão de que estamos saindo de um lugar isolado para conhecer o mundo iluminado pelo sol, como só ele consegue ser!
O guia nos disse que ainda teríamos mais pra descer! Sim, desceríamos mais!
Essa última parte foi definitivamente a mais difícil, e tinha uns belos de uns abismos do lado… eu não quero nem pensar o que aconteceria se escorregasse. Tudo isso pra chegar nessa incrível cachoeira que simplesmente não tem nome! O mais curioso é que lá existe uma nascente de onde sai uma água quentinha, acredita?
Fomos apreciando esses últimos momentos nadando felizes, porque, já que a gente desceu, desceu, e desceu, seria hora de subir, subir e subir! E nem cheguei a filmar a gente subindo, porque foi tenso e eu estava preocupado em simplesmente sobreviver! Cheguei mais morto do que vivo lá em cima, mas deu tudo certo!
Cachoeira do Label
Cidade mais próxima: São João d’Aliança
Precisa de guia? não.
Na estrada de terra precisa de 4×4? não, mas é recomendado. Não recomendamos para carros baixinhos, provavelmente ficará atolado.
No dia seguinte, seguimos para a Cachoeira do Label. Na estrada de terra, abrimos as porteiras e seguimos com o carro até por cima de um córrego, seguindo caminho para mais uma trilha, essa mais tranquila do que a anterior: a da Cachoeira do Label!
A trilha até a Cachoeira tem vários poços, porém o melhor é ir até o último, que é o da Cachoeira do Label em si, ainda durante a manhã, pois, depois, o sol vira e não bate mais na cachoeira, e ela meio que perde a graça.
A trilha, ao contrário da outra, é subindo. As primeiras partes são bem tranquilas. Tudo bem sinalizado e sem grandes dificuldades. Algumas cordas estão instaladas para facilitar a trilha, e basta tomar cuidado. São vários poços no caminho, mas passamos direto por todos.
Porém, no finalzinho, a trilha fica um pouco mais difícil, pois são muitas pedras em meio a água, então você tem que ir passando pelos caminhos, que, às vezes, não são tão triviais. O negócio é parar, olhar e observar para onde ir, e sempre observar onde está pisando, se está molhado ou é escorregadio, e seguir por partes seguras.
Enfim, chegamos na Cachoeira do Label. Ela é a maior queda d’água do Centro-Oeste. Com seus 187m de altura, ganha de outras como Salto do Itiquira ou do Corumbá. Além de ser pra lá de fotogênica, claro!
Agora a água… Meus caros, é geladíssima! Tipo, de doer os ossos. E quanto mais próximo você chega da cachoeira, mais gelada fica. Tem certeza que não é o Polo Norte isso? Cadê os ice bergs? Prepare-se para bater o queixo!
Voltamos exatamente pelo mesmo caminho, com direito a se prender em cordas para passear pelos lugares! É isso aí.
Na volta, paramos em um dos poços do caminho, o Poço Ypa Xuru. Sim, ele tem esse nome muito louco mesmo, haha! O poço tem água super cristalina, mas, por ser fim do dia, não tinha tanta luz, então não tinha como perceber. Mesmo assim, foi uma delícia mergulhar ali, e ainda tinham alguns peixes. Com certeza um excelente lugar para terminar esse nosso passeio em São a João d’Aliança. Muito bom!
Fizemos esse vídeo acima sobre a Bocaina do Farias e a Cachoeira do Label. Ele é super animado, bem informativo (tem narração) e fala sobre basicamente tudo o que falamos aqui. Tem vôos de drone legais! Dêem uma olhada, vai empolgá-los a visitar!
Extra 1: Jardim de Maytrea
Liliam observando o Jardim de Maytreia, misterioso como ele é. |
Era uma vez um jardim que possuía palmeiras plantadas em uma linha reta. Como foram ficar ali, tão simétricas, tão organizadas? A resposta é óbvia: aliens. 👽
Foram eles. Os mesmos que colocaram um monte de pedras sem sentido algum no meio do Reino Unido, ou que construíram pirâmides impossíveis em pleno deserto, isso sem contar as cidades submersas que, provavelmente, não conhecemos. Vindos de galáxias distantes, como Andrômeda, é tudo obra deles, dos parentes do ET Bilú, que, muito sabilmente, devido ao estágio mega avançado de sua civilização, já nos aconselhava: busquem conhecimento. Eles plantaram as palmeiras nos Jardins de Maytrea, na Chapada dos Veadeiros. Elas são um portal. E quem cruzar as cercas que dizem “não ultrapasse” será, por eles, abduzido.
Extra 2: Rio das Almas
Praia de rio do Rio das Almas. |
Esse aqui vale registrar porque é o grau máximo de misticismo que encontramos. Em Abril de 2017, na volta da Cachoeira Santa Bárbara, que não conseguimos visitar poque chovia muito, Liliam viu uma placa de “água de côco” após uma ponte e resolvemos segui-la. Paramos embaixo da ponte, onde havia uma espécie de praia artificial de lago, onde uma galera farofeira estava fazendo churras gratuito. É um lugar bonito, pra falar a verdade, e eu até recomendo visitar se estiver de bobeira. Havia também um camping, e era onde vendiam a água de coco.
“Escalando” parte da ponte no Rio das Almas que foi tomada por uma árvore. |
O cara que nos atendeu era um hippie muito característico. Ele nos deu a água de coco e, enquanto tomávamos, fomos explorar um pouco a área do camping. Tinha uma espécie de oca no meio. Aproximamo-nos dela e o hippie nos falou: “esse é o local onde nós realizamos os rituais”.
O QUÊ? Aí ele começou a contar a história dele, de como ele montou aquele camping após sobreviver a um acidente e se desapegar de tudo o que havia de material. Depois de falar bastante, em um determinado momento ele nos falou: “você sabe o que é xamanismo? Sabe, dos tais xamãs?”. Confesso que a única coisa em que pensei foi no Amidamaru, mas o que ele falou logo a seguir foi o mais surpreendente: “pois você está na frente de um xamã”. E nos convidou para um ritual durante a noite.
Camboja, é você? |
E com essa história terminamos mais um post, diretamente de estação a estação para você!
Vídeo
Não deixe de ver o nosso vídeo sobre a Chapada dos Veadeiros no Youtube! Acesse já!