Nossa visita às pirâmides de Teotihuacan, próximas da Cidade do México, em uma conexão longa. Conhecemos a Cidadela, o Templo de Quetzalcoatl, a Calzada de los Muertos e as pirâmides do Sol e da Lua.

Ruínas e tretas

Se você é um daqueles que adora cidades antigas destruídas, que fica imaginando todas as tretas cabulosas, todos os romances impossíveis, todas as rodinhas de fofocas e todas as atividades humanas inerentes à complexidade sociocultural do homo sapiens sapiens que aconteciam em meio às ruínas quando tudo estava a todo o vapor, então Teotihuacan é um lugar que você definitivamente deve visitar caso dê uma pisada lá na terra do Chaves, ainda que não tenha muito tempo para isso. Afinal de contas, Teotihuacan, em seu máximo esplendor, foi a maior cidade da América pré-colombiana, sendo, na época, a sexta maior cidade do mundo. Infelizmente, caiu em decadência e foi destruída ainda antes da chegada de Colombo por motivos desconhecidos, mas suas ruínas, tombadas pela UNESCO como Patrimônio Mundial, ainda estão aí para conhecermos. E, se você acha que as pirâmides contidas nessa cidade – a Pirâmide do Sol e a Pirâmide da Lua -, são pequenas pelas fotos, saiba que está piramidalmente enganado! Elas são enormes, e a Pirâmide do Sol é a terceira maior do mundo!

É muito lugar fotogênico num ponto só!

Nós conhecemos as ruínas em uma conexão de 18h na Cidade do México, abreviada popularmente como CDMX, sendo que chegamos de madrugada, fomos dormir em um hotel, e acordamos às 9h da manhã para ir até elas. Estávamos bem cansados de uma road trip pela Califórnia, Nevada e Arizona, nos Estados Unidos da América, e, mesmo assim, tivemos ânimo para andar pelas ruínas e até para subir nas pirâmides, tamanho o fascínio pelo lugar.

Acima, um vídeo de 3 minutos e meio, bem curtinho, mas super completo sobre Teotihuacan! Acredito que, se ver o vídeo, não precisaria ler este post! É bem resumido, bem informativo e também bem animado também! Não deixem de ver!

Mini-Guia Teotihuacan

Como chegar nas pirâmides de Teotihuacan?

Você pode chegar de duas formas:
  • Por tour: no aeroporto, empresas oferecem tour para Teotihuacan. Os tours normalmente passam também por outros pontos, como a Basílica de Guadalupe.
  • Com táxi ou uber: você pode pedir um táxi ou um uber para Teotihuacan. Vai sair um pouco caro e você terá de pagar o pedágio também.
  • De metrô e ônibus: a forma mais econômica. Do Aeroporto, vá até o Terminal de Autobuses del Norte. Vá até o guichê no Portão 8 e compre passagens de ida e volta para as pirâmides de Tehotihuacan. Entre no ônibus, a viagem demorará 1h20min.
Ao fundo, a gloriosa Pirâmide da Lua!

Quanto custa?

Caso queira fazer o passeio por conta própria, custará o seguinte:
  • Ticket de metrô: 5 pesos x 2 = 10 pesos
  • Ônibus para Teotihuacan: 52 pesos o trecho, 104 pesos ida e volta
  • Entrada em Teotihuacan: 70 pesos por pessoa
Total: 184 pesos mexicanos, 35 reais na conversão em nossa época.
Não é um negócio muito pesado, é realmente barato dado o que você está visitando, que é muito massa!
Importante mencionar que você precisa pagar tudo em dinheiro mesmo, en efectivo. Poderá fazer câmbio no aeroporto.

Em uma das construções na Calzada de los Muertos.

Quanto tempo de conexão preciso para visitá-la?

Caso queira fazer o passeio por conta própria, em resumo, acredito que com 12h de conexão você consiga visitar as ruínas de Teotihuacan. Explico abaixo o porquê.
  1. Primeiro, a imigração. Na pior das hipóteses, você irá gastar 1h na imigração. Pode ser que esteja vazio, como nos ocorreu na conexão de volta, mas pode ser também que esteja lotado de gente, tanta gente que a fila inclusive sai das demarcações no aeroporto e você fica até confuso e sem saber onde começa a fila, como nos ocorreu na conexão de ida. A imigração costuma ser rápida e não perguntam nada, mas o fluxo de passageiros que passam pelo Aeroporto da Cidade do México é enorme e as filas costumam ser grandes, portanto.
  2. Após isso, você terá de pegar o metrô (ou um uber, ou um táxi, se quiser) para a Estación del Norte, e daí vai mais 1h.
  3. Da Estación del Norte, você deverá pegar o ônibus para Teotihuacan, cuja duração é de aproximadamente 1h20min. Mas pode durar mais ou menos, depende do trânsito da Cidade do México, que é, a propósito, um caos. Então, sempre compensa pegar esse ônibus fora do horário do rush, no caso de dias de semana.
  4. Para conhecer razoavelmente as ruínas de Teotihuacan, precisamos de 3h e meia. Ainda assim, deixamos de aproveitar alguns pontos, mas visitamos todos os principais. Apressados, claro, mas visitamos.
  5. Depois, você precisa fazer o caminho todo inverso, ou seja, mais 2h30min.
  6. Acho prudente chegar no Aeroporto com umas 2h da antecedência do seu vôo de conexão, dado que o check-in já foi feito, até porque o aeroporto é bem grande e você pode se peder nele, ou então acontecer algum imprevisto.
Somando tudo isso, dá 12h20min, e, por isso, arredondando, eu recomendo ter, pelo menos, 12h de conexão para visitar as ruínas.
Caso queira fazer o passeio por táxi, tudo dependerá do trânsito. Não sei dizer o quanto de tempo seria necessário, mas, provavelmente, seria menos.
Quanto a passeio por tour, sabemos que no Aeroporto oferecem vários, porém não pesquisamos sobre isso.

Em cima da Pirâmide da Lua, com a Pirâmide do Sol ao fundo.

Qual é o melhor caminho a se fazer lá dentro das pirâmides? 

Tudo é bem sinalizado e não há de se ter problemas. Ao chegar, entre pelo Portão 1. Você vai encontrar, lá, a Cidadela e o Templo de Quetzalcoatl, que são bem interessantes, porém pequenos perto do restante. Daí, pegue a Calzada de los Muertos, e não deixe de explorar as ruínas das edificações que existem no caminho: saia da calçada em linha reta e entre em todos os cantos que puder. Depois, suba a Pirâmide do Sol, que é a maior do complexo, dá pra identificar facilmente. Desça e prossiga na Calzada de los Muertos até o fim, e verá a Pirâmide da Lua. Suba. Por fim, desça e vá em direção ao Portão 3, onde encontrará dois palácios: o de Quetzalpapálotl e o de Jaguar. Depois disso, pegue a saída. Fácil!

Internet, vale a pena contratar para um mísero dia? 

Nós resolvemos pegar, sim, por questões de segurança mesmo. Tenho medo de ficar sem Internet e, consequentemente, sem informação e sem como sequer pegar um Uber em caso de emergência. Claro, tudo isso eu estou falando para mascarar meu vício patológico no Instagram Stories, não poderia deixar de enviar fotos e vídeos quentinhos para as redes sociais em tempo real, certo? Ou então não estaria lá! Haha!
A sorte é que não é muito caro. Pegamos um chip da AT&T, que ofereceria 1Gb de dados por 200 pesos mexicanos, aproximadamente 40 reais.
Lembrando que, se você tem um chip internacional, como o Easysim4U, não terá esse problema.


Minha conexão envolve uma noite. Onde me hospedar? 

Recomendamos o Hotel Cartagena, pois é econômico e fica convenientemente ao lado do Terminal de Autobuses del Norte, de onde sai o ônibus para Teotihuacan. Além disso, o quarto é bem espaçoso.
O curioso é que ele também é um Motel, não um motel tipo dos EUA, mas tipo nossos motéis mesmo, para fins de atividades encomendadoras de herdeiros. Embora a parte do Motel seja separada em um canto, senti que o nosso quarto tinha a cara de um — espaçoso, confortável, cama larga, faltou só o espelho básico no teto. Não se preocupe, a cama não é revestida por um plástico impermeável.
Só o café da manhã (pago) que deixou a desejar. É a la carte, e não somente não é bom como demorou para ser feito.
Em cima da Pirâmide do Sol, com a Pirâmide da Lua ao fundo! O contrário, dessa vez!

O que levar? 

– Snacks para comer no caminho. Fique sabendo que os snacks provavelmente são apimentados, como tudo no México!
– Pelo menos 700ml de água por pessoa. Compramos uma garrafa de 1,5l e levamos para nós dois.
– Gatorade ou um similar com eletrólitos. Como faz muito sol, sol de rachar mesmo e não tem um lugarzinho sequer com sombra, você se cansa muito e um Gatorade te dá aquela animada. Sem contar que subir as escadas das pirâmides não é fácil, visto que são íngremes! Não é lá muito digno, mas vale a pena.
– Chapéu.
– Óculos de Sol
– Pesos Mexicanos suficientes para comprar as entradas e alguns souvenirs, caso queira, pois não aceitam cartão.

Tem restaurantes em Teotihuacan? 

Fora do complexo, que é uma cidade normal do interior, tem sim, mas são um pouco afastados, então você pode comer ou antes do passeio ou depois, e vai gastar um tempo precioso.
Como o tempo nos era tão abundante quanto água no deserto, nós optamos por simplesmente não almoçar. Levamos snacks — Doritos e batatas — para comer enquanto andávamos no complexo, e isso foi tudo e o suficiente!

Nosso Relato

Indo para Teotihuacan

Assim que chegamos na Cidade do México, passamos pela imigração e saímos. Compramos um chip de Internet da AT&T, água e alguns snacks para comer no dia seguinte. Doritos sem pimenta. Que inocentes ao achar que a versão sem pimenta não teria pimenta alguma… O negócio pega fogo! Imagino como seria a versão apimentada!
Pegamos um Uber até o nosso hotel, o Hotel Cartagena, e dormimos até as 8h da manhã. Em tese, era para dormirmos menos, mas o cansaço após 19 dias de viagem muito intensos e cansativos falava muito mais alto! Ele gritava em um megafone! Então dormimos.
Assim que acordamos, fomos pegar um café da manhã no hotel, que é pago e a la carte. Porém ele demorou mais de meia hora pra ser feito e acabou nos atrasando. Serviço de café da manhã bem ruim.
Bucho preenchido, seguimos para o terminal, onde pegamos o ônibus rapidinho, esperamos somente 10 minutos.
Seguimos para Teotihuacan. Liliam dormiu o trajeto quase inteiro. Eu dormi um pouquinho. Quis aproveitar um pouco da paisagem. Também tinha um tio tocando músicas mexicanas no ônibus. Típico!

No complexo

Cidadela

Entramos pelo Portão 1, passamos por algumas lojinhas, porém não compramos nada. Seguimos logo para a primeira parada, que é a Cidadela. É uma região murada contendo altares e o Templo de Quetzalcoatl, acessível após subir algumas poucas escadas. Olha, não tínhamos ideia do que estava por vir! A gente já tava achando que estávamos subindo escadas de mal. Sabíamos de nada, inocentes!
Templo de Queztalqwieoqeaisd é isso aí gente, desisti de digitar.

Calzada de los Muertos

Depois, seguimos pela Calzada de los Muertos, um longo caminho que se estende da Cidadela até a Pirâmide da Lua.
Sempre éramos interrompidos por vendedores ambulantes de souvernirs, haha! Tem para todo lado, e eles vendem essencialmente as mesmas coisas. Ficamos curiosos com os apitos: vários emitiam sons de animais! Inclusive, um deles fazia um som tipo de uma onça, e, toda vez que alguém tocava, eu levava um susto daqueles! Compramos uma flautinha em formato de pássaro pra brincar. O som é muito gostosinho!
Em cima da Pirâmide do Sol, observando o caminho da Calzada de los Muertos.
O sol, que estava de rachar, dava todo o sentido para a Calzada de los Muertos. Acho que era por isso que assim era chamada! Andar 4km num calorzão, chegava do outro lado e já estava morto!
Mas, de sorte, não é só andar. Você passa por algumas praças com alguns altares, e também por edificações que serviam como casas multifamiliares, ou palácios, ou até mesmo templos. Alguns caminhos são, inclusive, meio labirínticos. Todos eles muito bem documentados com placas por todos os cantos, de modo que você pode ler e entender a história do lugar.

Pirâmide do Sol

No meio da Calzada de los Muertos, você já começa a ver a Pirâmide do Sol. Com seus 60m de altura, é a terceira maior pirâmide do mundo. Pelas fotos, parecia ser até pequena… mas, não, ela é MUITO grande! Você já começa a pensar… “é, lascou, vamos ter que subir isso”. E nós, que havíamos andado muito pouco nos 19 dias de viagem anteriores, já estávamos cansados, e, mesmo assim, encaramos subir! Liliam fez até uns alongamentos.
E aí, vai encarar essa subida? Vai? Vai?
Fomos subindo por partes. Um lance de degraus, descanso. Mais um lance de degraus, mais descanso. Estirados no meio do caminho. Sofrendo. Os joelhos doendo. O corpo todo doendo. Mas, vamos! Teríamos de subir até o topo! O complicado é que alguns degraus tem a metade do tamanho das pernas, aí lasca tudo! Mas, vão por mim: compensa.

Quando você sobe, você sente algo especial vindo dentro do seu ser, uma sensação diferente, intensa, de que você irá se lembrar pelo resto da vida: dor nas pernas. Isso mesmo, dor nas pernas. Haha! Brincadeiras à parte, a visão lá de cima é gratificante. Há quem chore, tamanha a beleza, tamanha a percepção que se tem da grandiosidade do lugar. Eu quase chorei. De dor nos joelhos. Claro.

Observando a beleza da Pirâmide da Lua e a paisagem!

Pirâmide da Lua

Outra pirâmide grandinha é a da Lua. Ela fica no fim da Calzada de los Muertos. Como ela está em um lugar mais elevado, acaba que o seu topo fica mais ou menos no mesmo nível da pirâmide do Sol, então compensa demais subir, ainda que você não possa subir até o topo – é fechado. A questão é que, por estar no finalzinho da calçada, você tem uma visão de praticamente todo o complexo em sua frente. É ótimo!
Essa é a visão de cima da Pirâmide da Lua, junto do meu amiguinho ao lado. Observem o suor na camisa. Sim, leitores, cansa!

Palácio de Quetzalpapálotl

Indo em direção à saída do Portão 3, você encontrará o Palácio de Quetzalpapálotl. Confesso que, para falar sobre esse palácio no vídeo, eu tive que ficar uns 10 minutos treinando em frente ao espelho, não é fácil! Pois bem, o palácio é bem simples e em uns 5 minutos você já vê tudo. Aliás, existe um limite de 15 minutos lá dentro. Só entramos e saímos.
O templo foi reformado e a visita é rapidinha.

Palácio de Jaguar

Por fim, conhecemos só o lado de fora do Palácio de Jaguar, que é tipo um labirindo com paredes pintadas como se fosse a pele de um jaguar mesmo. O tempo já estava se esgotando e tínhamos que ir embora!
E é isso aí. Espero que tenham gostado do post! E não deixem de ver o vídeo lá no topo! Ele ficou bem completinho, e, ao mesmo tempo, curto.