Ouro Preto e Mariana: O ciclo do ouro

Ouro Preto e Mariana! Duas cidades históricas do interior de Minas Gerais que são puro charme. Suas ladeiras ingrimes com ruelas cheias de casarões e de igrejas pomposas te fazem voltar no tempo de do ciclo do ouro.

Ouro Preto, a antiga Vila Rica, foi a primeira cidade brasileira a ser Patrimônio Mundial pela UNESCO, enquanto Mariana foi a primeira vila, cidade e capital do estado de Minas.

Estivemos por 2 dias e meio por lá no feriado da Independência do Brasil, e o que fizemos? Esteja avisado: visitamos muuuitas igrejas e conhecemos alguns museus e também minas de ouro. Fique com o nosso roteiro!

Não deixe de ver, também, o vídeo de nossa viagem em nosso canal do YouTube! Fala sobre tudo o que também tem nesse post, só que com muuuitas filmagens bacanas!

Índice

Este post tem o seguinte conteúdo:

Dicas de Viagem a Ouro Preto e Mariana

Como ir a Ouro Preto e Mariana?

A forma mais fácil é ir até Belo Horizonte, seja de ônibus ou de avião, e alugar um carro. Em 2h e em uma estrada serrana, embora tranquila e bem sinalizada, chega-se em Ouro Preto.

A outra opção é ir de ônibus, com saídas diárias de Belo Horizonte, a cada hora, das 6h da manhã às 23h da noite. Tenha em mente, todavia, que será difícil se locomover pela cidade, visto que ela é cheia da ladeiras e dói andar por lá. Não havia Uber na cidade quando a visitamos, mas Táxis poderiam ser utilizados para locomoção interna.

Quando ir a Ouro Preto e Mariana?

Visite Ouro Preto entre Abril e Outubro para temperaturas mais frias, porém com chances menores de chuva. Se for em Julho ou em algum feriado, tenha em mente que a cidade estará cheia, mas nada que atrapalhe tanto. Os demais meses do ano terão temperaturas mais altas, porém é uma época chuvosa, o que pode atrapalhar a visita à cidade.

Quanto tempo ficar em Ouro Preto e Mariana?

Recomendo ficar na região entre 2 e 3 dias para conhecer tudo. Se não for adepto a visitação de Igrejas, que é o que mais tem por lá, talvez 1 dia seja o suficiente.

Onde se hospedar em Ouro Preto?

Há diversas opções de hospedagem. Recomendamos as que estiverem mais próximas da Praça Tiradentes, que é o coração da cidade, com a maior quantidade de pontos de visitação e de restaurantes também.

Quais são os tipos de Mina de Ouro em Ouro Preto e Mariana?

Um passeio imprescindível a se fazer na região de Ouro Preto e Mariana é às minas de ouro, principalmente pra entender mais sobre o que afinal gerou tanta riqueza para o lugar, e pra ter noção do sofrimento pelo qual os escravos passavam na época.

Há dois tipos de minas na região.

  • De explosão e maquinário: Primeiro, minas construídas com maquinário ou com explosões, como a Mina da Passagem. Estas minas têm espaços amplos e lembram grandes cavernas.
    • Manuais: Segundo, há as minas construídas manualmente, em sua maioria, infelizmente, por escravos. É o caso da Mina Du Veloso e da do Chico Rei. São espaços bem estreitos. Vale a pena conhecer dos dois tipos, e entender sobre a história em volta delas.

Roteiro de Viagem a Ouro Preto e Mariana

Dia 1

Praça Tiradentes

Fomos até a Praça Tiradentes, onde estava rolando um desfile cívico do Sete de Setembro. Em seu centro, há uma estátua de Tiradentes. E em sua volta há restaurantes, cafés e prédios históricos, tais como o Museu da Inconfidência e o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas.

Museu da Inconfidência

Se você pensa em Ouro Preto, é possível que lhe venha em mente o prédio do Museu da Inconfidência, tamanho é o seu “fator cartão-postal” para a cidade!

Lindíssimo o edifício, dá todo um charme à praça! É um museu com várias peças artísticas para preservação da memória da Inconfidência Mineira.

Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas

Há também, na praça, o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas, que é um museu dedicado a mineralogia instalado no antigo Palácio dos Governadores.

Há diversos setores, dentre os quais de História Natural, topografia, física, metalúrgica, e, claro, de mineralogia, com uma fantástica coleção de minérios, incluindo, claro, o ouro preto! De algumas janelas, também dá pra se ter belas vistas da cidade, inclusive da Praça Tiradentes!

Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia

Subimos algumas ladeiras extremamente indignas e chegamos na Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia. Acho que o nome faz até sentido. “Misericórdia das nossas panturrilhas!”

Infelizmente, a igreja não estava aberta. Então conhecemos só por fora mesmo!

Dica: Da Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, há uma excelente vista da cidade. Não deixe de passar lá pra tirar uma foto pra lá de clássica do mirante!

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Seguimos para a Igreja Nossa Senhora do Carmo, com seu estilo barroco rococó. Em sua volta, há alguns jardins floridos para apreciar, bem como belas vistas da cidade de Ouro Preto.

Estava havendo um evento nela, penso que um casamento, e não conseguimos entrar.

Casa da Ópera

Então, fomos à Casa da Ópera, ou o Teatro Municipal de Ouro Preto, que, de 1770, é o teatro mais antigo do continente. Pequeno, embora belíssimo. É possível visitá-lo livremente ou, se estiver disponível, assistir a espetáculos ou peças musicais. A capacidade é de 300 pessoas.

Basílica Menor de Nossa Senhora do Pilar

Aí foi hora de conhecer a Basílica Menor de Nossa Senhora do Pilar. A sua fachada não pode ser visualizada de longe, pois há um prédio logo ao lado, o que é uma pena!

O interior é impressionante. Foi a igreja mais rica e pomposa em Vila Rica, e é toda ornamentada com detalhes dourados a se perder de vista por todo canto a que se olha, tanto que foram mais de 20 anos para terminar a decoração. Há, também, em seu interior, na sacristia, o Museu de Arte Sacra do Pilar.

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Seguimos, então, para a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Pessoalmente, foi a Igreja que eu achei mais bonita por fora, pelo seu formato meio arredondado e um tanto original tanto na fachada quanto nas laterais, resultante de uma planta elíptica. Por muitos especialistas, é a expressão máxima do Barroco colonial mineiro.

Ah, e lindíssimo o interior, sem dúvidas!

Igreja São Francisco de Paula

Por fim, subimos até a Igreja São Francisco de Paula. Foi a última Igreja erguida no período colonial. Fica em um ponto bem alto da cidade, e é adequada para assistir um belíssimo entardecer.

Dia 2

Feira de Artesanato, ou Feira do Pedra Sabão

Voltamos para a Praça da Independência, e seguimos para a Feira de Pedra Sabão. Olha só o tanto de artigos feitos desse material! Tem de tudo! Dá pra decorar uma casa inteira!

A Pedra Sabão, ou Esteatito, é uma material muito típico da região.

Igreja São Francisco de Assis

Ao seu lado, há a incrível Igreja de São Francisco de Assis, que impressiona já em seu exterior.

Mina da Passagem

Nosso destino, agora, seria Mariana. Você pode ir de trem e experimentar uma paisagem cênica, mas nós fomos de carro mesmo. No caminho, paramos na Mina da Passagem.

Quando você chega, há uma ampla área com maquinários rurais que foram utilizados na região. Depois, você entra dentro de um carrinho de trem, que te leva até as profundezas da Mina da Passagem.

Chegando lá, você é recepcionado por uma guia que te explica sobre os lugares. São realmente espaços bem amplos e várias galerias, dentre as quais algumas, inclusive, submersas e acessíveis por meio de mergulho. Para quem é claustrofóbico, acho que não é uma boa ideia… De resto, é interessante para conhecer a história do lugar, tão influenciada pelas riquezas do Ciclo do Ouro.

Praça Gomes Freire em Mariana

Partimos, portanto, para Mariana. Fomos direto para o Centro Histórico, e o primeiro ponto que conhecemos foi a Praça Gomes Freire, que tem um lago, belos jardins, um coreto e canteiros geométricos. Estava rolando um festival, então estava bem cheia. Um tanto agradável!

Praça Minas Gerais em Mariana

A seguir, fomos até a icônica Praça Minas Gerais, espaço que fez parte da rota do ouro e tem os prédios mais importantes da região.

A começar pela Igreja São Francisco de Assis, de 1794, que, no momento em que visitamos, estava fechada para visitação, então só pudemos observá-la de fora.

Tem também a Igreja Nossa Senhora do Carmo, essa visitável.

Além disso, há o Prédio da Câmara Municipal de Mariana, que era a antiga Casa da Câmara e Cadeia. A estrutura já foi destinada à senzala, casa de fundição de ouro, cadeia, fórum e prefeitura. Dá pra entrar e conhecer algumas de suas salas e entender mais sobre sua história.

Igreja São Pedro dos Clérigos

Subindo ladeira acima, mas de carro, porque não somos bobos nem nada, chega-se na Igreja São Pedro dos Clérigos, de 1731.

É diferente das outras devido à sua influência italiana, ainda que também tenha estilo barroco. Seu interior, infelizmente, nunca foi finalizado.

O que é mais interessante nessa Igreja é que se pode subir até uma de suas torres. Por meio de escadas um tanto íngremes e em um espaço bem apertado, chega-se lá em cima, onde há um sino e uma maravilhosa visão da cidade!

Mina du Veloso

Voltamos para Ouro Preto e o objetivo era conhecer mais minas de ouro, dessa vez das manuais. Há duas opções boas, e a visitação é praticamente a mesma coisa. Uma delas é a Mina Du Veloso. Você bota um capacete e adentra as galerias subterrâneas, que são bem apertadinhas, em uma visita guiada! Realizada por trabalho escravo dos mineradores africanos sequestrados de suas terras, foi adaptada para visitação turística.

Mina do Chico Rei

A outra opção é a Mina do Chico Rei, essa mais famosa. A experiência é muito semelhante. Com um guia, você entra dentro das galerias apertadas. Algumas vezes, é necessário ficar bem agachado para poder passar por elas. Claustrofobia definitivamente não é uma opção! Aqui na Mina do Chico Rei, tem também uma entrada com vários artigos interessantes para ver, além de um restaurante um tanto bonito em suas decorações.

Dia 3

Igreja Matriz Santa Efigênia

Durante um pedaço da manhã que nos restava, resolvemos visitar mais uma… adivinha? Igreja! Subindo uma baita de uma ladeira, porque não é o que falta nessa cidade, chega-se na Igreja Matriz de Santa Efigênia.

É uma igreja um tanto interessante e se distingue das outras pelo ocultismo. Dá pra notar, em seu interior, diversas marcas da cultura africana, como, por exemplo, conchas, que representam Iemanjá. Interessante, não?

É assim que terminou a nossa visita a Ouro Preto. Espero que tenham gostado! Agora, vamos dar algumas dicas para você que quer conhecer essa cidade incrível.