Uma subida radical ao Vulcão Villarrica
Já pensou em subir um vulcão? Pois saiba que um dos vulcões mais interessantes para se subir é o Vulcão Villarrica, em Pucón, no sul do Chile! Mmesmo sendo uma pessoa normal, sem absolutamente nenhum conhecimento de alpinismo, é possível chegar ao cume, ou pelo menos próximo do cume, e sentir uma emoção que poucos sentem! É um baita de um trekking!
Nós subimos o vulcão Villarrica em Fevereiro de 2019 com a agência Sur Explora e este post é para te orientar a fazer o mesmo.
Não deixe de ver, também, o vídeo acima que fizemos sobre Pucón! Nele, falamos sobre o que fizemos na cidade, e, na sua segunda metade, explicamos como foi a subida ao vulcão, com várias filmagens do percurso!
Antes de mais nada, vamos tirar algumas dúvidas comuns sobre a subida ao Vulcão Villarrica!
Índice
Este post tem o seguinte conteúdo:
- Dicas e Perguntas Frequentes sobre a subida ao Vulcão Villarica
- Nossa experiência ao subir o Vulcão Villarrica
- Vídeo
Dicas e Perguntas Frequentes sobre a subida ao Vulcão Villarica
Não é possível subir o vulcão Villarrica sem guia. Então recomendamos que entre em contato com uma das várias agências de turismo em Pucón, como a Sur Explora, e suba com um guia. Além disso, a agência de turismo irá fornecer o equipamento necessário para subir, o que inclui capacete, uma picareta, e crapons para os pés.
A Sur Explora é conhecida por ser uma agência de turismo humanizada, que trata as pessoas de acordo com os seus limites, porém não tivemos exatamente essa experiência. O meu guia, durante todo o percurso, dizia que eu andava devagar demais; e a Liliam, que demorou mais pra chegar no topo, acabou não podendo subir ao cume, pois já havia passado o horário de subir. Então minhas expectativas se quebraram um pouco, pois, em todo blog, eu lia que eles seriam totalmente atenciosos e que respeitariam o tempo para chegar até o cume, e não foi exatamente o caso. De toda forma, dizem que é uma das melhores agências!
O valor do passeio foi de 90.000 pesos chilenos por pessoa com a agência Sur Explora.
Se você for com guia e seguir as suas instruções, não vai ter muito perigo, não. Vai com fé!
Teoricamente qualquer um pode subir o vulcão, havendo casos de crianças e até mesmo cadeirantes que o fizeram. No entanto, pessoas com problemas cardíacos, na coluna (já que tem que carregar a mochila com todo o equipamento) ou dificuldades de locomoção devem evitar a subida.
Liliam, por outro lado, tem problema de fascite plantar, e ainda assim, encarou a subida.
Estando sedentário, sinceramente acho provável que não consiga. Acho bom se preparar para subir. Eu, por exemplo, não faço academia, mas, além da natação 2x por semana, resolvi, nos 3 meses que antecederam a viagem, subir 9 lances de escada do meu prédio todos os dias ao invés de subir no elevador. E isso foi o suficiente para conseguir subir ao topo!
Depende da época e das condições do clima. Na internet, você vai achar gente que achou moleza, você vai achar professores de educação física dizendo que não conseguiram subir, você vai achar todo o tipo de opinião, mas a verdade é que tudo depende da época, do clima (e, claro, do seu condicionamento físico)!
Durante o verão, de dezembro a abril, há a vantagem de a neve ainda estar um pouquinho fofa, e de o dia durar mais, sendo que, portanto, você tem mais tempo para chegar no topo.
Durante o inverno, de junho a setembro, você tem menos tempo para subir, mas, em compensação, a neve é nova, tornando a escalada mais fácil. Mesmo assim, os nossos guias disseram que reduz significativamente a quantidade de pessoas que conseguem subir.
A primavera também é boa época para subir, de setembro a dezembro, pois a neve é fofa e os dias são mais longos e mais quentes.
Durante o outono, em maio e junho, temos a pior época para subir, pois a neve já virou gelo congelado e que escorrega, sendo necessário, portanto, ainda mais esforço para subir.
Em qualquer época, de toda forma, o clima pode estar horrível, com muitos ventos. Se estiver muito ruim, o passeio será cancelado. Mas, se estiver “somente ruim”, ainda será possível subir. Foi o nosso caso. Fomos em fevereiro, portanto, no verão, mas os ventos eram de 50km/h, o que atrapalhou muito! Além disso, quando está ventando muito, o teleférico não funciona, de modo que você tem 1h30min a mais de subida. Punk!
Em todo caso, também há o preparo psicológico. Tua mente vai o tempo todo agir contra você, mas o importante é se manter focado e seguir em frente.
Não muito, pois a altitude do vulcão Villarrica é de 2.847m. Para fins de comparação, a cidade de San Pedro de Atacama fica a 2.400m acima do nível do mar, enquanto Pucón fica a apenas 227m. A trilha começa baixo.
Portanto, o ar não é muito rarefeito. As máscaras que se usam lá no topo são por conta dos gases tóxicos provenientes da cratera, e não por conta da altitude.
Depende da sua coragem e amor à vida. Eu não tive coragem de chegar muito perto, então o que eu vi foi só a fumacinha, o que é já é bem legal! Quem sobe drone (não levamos o nosso, e nem daria pra usar, dado o vento) consegue registrar a lava lá no fundo.
É importante levar, ao menos, 3 litros de água, e comidas. Nós fomos em um supermercado antes e compramos vários pães e coisas ricas em carboidratos e proteínas, para dar bastante sustento. Além disso, compramos gel de carboidrato da aptonia, que é um sachêzinho bem pequeno e de rápido consumo, mas concentrado de calorias e carboidratos. Nessas lojas fitness que vendem whey protein sempre tem. Outra coisa boa para levar é Gatorade ou qualquer outra bebida eletrolítica. Tenha em mente que você estará fazendo grande esforço físico, então consumir estes produtos não será, a princípio, problema.
A descida é, provavelmente, a coisa mais divertida de todas, pois se desce de esquibunda em toda a parte nevada! É muito divertido. É praticamente 1h descendo de esquibunda sem parar! Muito bom!
O pessoal monta túneis
Nossa experiência ao subir o Vulcão Villarrica
Subir ou não subir, eis a questão!
São 1.400m de subida, sendo que uma parte você sobe no gelo, ou na neve.
Nós fomos até a base do Vulcão de van, e, quando chegamos lá, fomos avisados que a subida seria nível hard, pois o clima estava péssimo. No início da subida, você tem a opção de pegar um teleférico opcional por 10.000 pesos chilenos e economizar 1h30min de caminhada. É recomendável que ele seja pego, mas, por conta dos ventos de 50km/h, ele não estava funcionando, e não tivemos escolha.
Daí o pessoal da Sur Explora nos deu a opção de adiar a subida para o próximo dia (o que não era uma opção, já que este era o nosso próximo dia), ou desistir, recebendo reembolso integral, ou então encarar a subida. Olhei pro vulcão e o vulcão olhou pra mim. É muito, muito, muito grande, e você só tem noção disso quando chega lá, por fotos não dá pra perceber. “Não tem a menor chance de eu conseguir subir isso”, pensei. Mas, ao perguntar para a Liliam se ela queria desistir, ela disse que não, então criamos coragem e fomos!
Subida ao Vulcão Villarrica
Foi uma experiência de vida e tanto, recomendo a todas as pessoas. Começamos a subir, devagar e sempre, em uma fila indiana praticamente, pois, no começo, tinha muita gente subindo. Sei lá, umas 500 pessoas. Logo no começo um dos nossos colegas de grupo já desistiu.
Quando vi, já não estava mais com a Liliam. São vários guias em um mesmo grupo, então pode ocorrer de se separarem de acordo com o ritmo de cada um. Estejam com seus pertences! Como a Liliam estava mais devagar, ela ficou com um guia, e eu fiquei com outro.
No verão, você vai subindo por umas 4h por um terreno cheio de pedras, então todo cuidado é pouco. Depois, são mais 2h na neve. Teve uma parte que o vento ficou muito forte e eu fiquei morrendo de medo! A todo momento o meu guia ficava falando que eu era muito lerdo e que tava demorando demais pra subir. Ué, não era para ser uma agência humanizada? Também me orientava a não olhar para trás, e, às vezes, confesso, eu transgredia essa regra e me assustava com o desnível da subida, era tenso! A todo momento eu precisava fincar a picareta na neve para me segurar, para que o vento não me derrubasse. Se isso acontecesse, não sei o que seria de mim, haha!
Foi então que eu cheguei no falso cume. É uma parte que você, quando tá subindo, acha que é o fim, mas, spoiler, pegadinha do malandro! Ainda tem mais meia hora de subida.
O Cume do Vulcão Villarica
Chegar ao cume foi uma sensação indescritível. Ao chegar lá, é necessário botar uma máscara, por causa dos gases tóxicos emitidos pelo vulcão. Não dá pra ficar mais do que 10 minutos. Os olhos e as narinas ardem pra caramba! É um visual incrível.
Pra se ter noção da dimensão, este é o vulcão visto do avião. Massa!
Quando eu tava descendo até o falso cume de volta, eu vi a Liliam. Pra ser sincero, achei que ela teria desistido, mas, não, a menina é forte e brava! Mesmo com fascite plantar e com outros probleminhas, ela conseguiu subir até o falso cume. Ela teria energia para seguir até o cume, se não fosse o fato de que não se pode mais subir ao cume após as 14h. Portanto, o guia chefe não deixou ela continuar subindo. Foi uma frustração muito, muito grande! Eu tava tão feliz de ver a Liliam ali…
A Descida do Vulcão Villarrica
Descer é o mais divertido, porque se desce de esquibunda infinito pela neve de quase 1h. A memória da GoPro acabou, e não tivemos filmagens da descida lá em cima, só do finalzinho, com essa neve preta. Mas foi super divertido!
Depois que acaba a parte da neve, você desce numa parte com terra meio solta. Acho que perdi a quantidade de vezes que eu caí de bunda. Todo o cuidado é pouco, mas é bem tranquilo, mesmo!
É uma experiência altamente recomendada!
Vídeo
Não deixe de ver o nosso vídeo acima sobre Pucón. Ele inclui, na segunda metade, tudo sobre como foi nossa subida!
Mais sobre Pucón
Para saber mais sobre Pucón, acesse o nosso post Roteiro de 3 Dias sobre o que fazer em Pucón!
