Pucón, o centro do sul do Chile. Acompanhada do imponente vulcão ativo Villarica e de seu pico nevado, a cidade é o mais importante balneário lacustre do Chile, rico de natureza exuberante, onde se praticam esportes radicais como o hidrospeed e a escalada ao vulcão!
Sempre tivemos vontade de conhecer Pucón, justamente por causa do vulcão Villarrica. Como sabíamos que era possível escalá-lo, e que não é tão difícil quanto outros vulcões do Chile, devido a sua baixa altitude inicial, colocamos essa ideia em nossa lista de coisas para fazer antes de morrer (nem que a gente fosse morrer subindo ele, haha!). Quando umas amigas fizeram uma viagem a Puerto Varas (e você pode conferir também o nosso post sobre Puerto Varas aqui), ficamos impressionados com as fotos da região patagônica do Chile, e achamos que seria uma ótima combinar uma viagem para lá com Pucón! E foi o que fizemos!
Uma alternativa a este post é assistir ao vídeo em nosso canal do YouTube! Não deixe de vê-lo!
Ficamos 3 dias por lá e este foi o nosso roteiro!
Índice
Dicas de Viagem a Pucón
Quando ir a Pucón? Qual é a melhor época?
Recomenda-se ir no verão, que vai de meados de dezembro a meados de abril, evitando-se janeiro e fevereiro, por serem meses de férias escolares. No verão a região fica mais bonita e com menos chances de mau tempo.
Tábanos malditos!
Evite, sobretudo, janeiro, pois a região fica sempre, nessa época, infestada dos terríveis tábanos, também conhecidos como mutucas, que são mosquitos gigantes e que, apesar de não transmitirem doenças, picam doído e chegam a atrapalhar, inclusive, as fotos! Eles podem simplesmente arruinar sua viagem! Em fevereiro, ainda há tábanos, porém poucos, e não chegam a atrapalhar.
Todavia, Pucón, a depender do gosto do viajante, pode ser visitada durante o ano inteiro. No inverno, por exemplo, que é entre julho e setembro, a cidade é mais vazia, o vulcão Villarica vira uma estação de esqui, e as diversas termas naturais da região podem ser melhor aproveitadas.
Fomos em fevereiro. A cidade estava lotadíssima e isso atrapalhou muito, mas o clima era bem úmido e quente, com dias bem longos e chegando a fazer 40°C, o que, apesar de tudo, é o ideal para as atividades da cidade.
Quanto tempo ficar em Pucón?
Sugiro ficar, ao menos, 3 dias, sendo que a cidade possui atrações radicais para mais de uma semana, caso queira.
Como reservar os passeios em Pucón?
Uma das melhores formas de se locomover em Pucón é por meio da contratação de passeios. Os passeios podem ser reservados ao se chegar na cidade, em uma das várias agências de turismo. Nós reservamos os passeios com a Agência Pewen, e a subida ao vulcão com a Sur Explora.
Nós reservamos os passeios com duas agências de viagem:
- Turismo Pewen: reservamos os passeios de Hidrospeed, Termas Geométricas e Huilo Huilo. Gostamos do serviço deles. No Hidrospeed, fomos alocados em uma van confortável. Já no Huilo Huilo, foi praticamente um tour privado, junto de mais um casal de chilenos, em um carro com um motorista. Muito bom! Todavia, para os Termas Geométricos, e creio que pela cidade estar muito cheia, nos colocaram em um ônibus grande que demorou demais pra chegar nas Termas, fazendo a gente perder tempo. De toda forma, recomendamos. Vocês podem conferir no site oficial deles, sendo possível, inclusive, reservar com atencedência.
- Sur Explora: a subida ao vulcão Villarrica foi feito com a agência Sur Explora. Lemos na internet que é uma agência mais “humanizada” e especializada em brasileiros (conhecidos em Pucón como brasilentos), que, por não serem acostumados com altitude, normalmente têm mais dificuldade para subir o vulcão. Não é possível reservar com antecedência.
É viável alugar um carro em Pucón?
Para ir aos Termas Geométricas, ao Parque Nacional Huerquehue, ou ao Huilo Huilo, não é necessário reservar passeio, sendo possível alugar um carro para tal, caso queira. Porém, para as diversas atividades radicais da região, é fornecido transfer incluso de todo modo.
Como chegar em Pucón?
A melhor opção é de avião. Normalmente, é possível reservar passagens com a low cost JetSmart, de modo que o trecho de ida e volta não costuma sair por mais de R$250 por pessoa, se comprado com atencedência. Ou seja, é barato!
Portanto, a ideia é pegar um avião de Santiago do Chile até o Aeroporto de Temuco, que fica a 104km de Pucón. De Temuco, pode-se pegar um ônibus, que demora 2h para chegar em Pucón.
Há a opção de vir de ônibus de Santiago, mas não vejo grande relação de custo/benefício, visto que
Em nosso caso, chegamos de Pucón de ônibus vindo de Puerto Varas.
Onde se hospedar em Pucón?
Pucón é uma cidade bem pequena, então você pode se hospedar onde achar mais interessante, mas recomendo hospedagem próxima da Avenida Bernardo o’Higgins, que é um ponto central.
Quanto custa viajar para Pucón?
Estes foram os nossos gastos na cidade. Os valores são para duas pessoas. A cotação é do dia 10/05/2020 (embora nossa viagem tenha sido em fevereiro de 2019).
Faltou algo em nosso roteiro?
Sim. Era para visitarmos o Parque Nacional Huerquehue. Porém, ele estava sendo alvo de queimadas e estava fechado. Contudo, possui ótimas opções de trilhas em meio à natureza. Se puder, não deixe de ir!
Roteiro
Dia 0
La Poza
Chegamos na tarde do dia 0, andamos pela cidade, procuramos uma agência de turismo, e reservamos os nossos passeios com a agência Turismo Pewen.
Fomos, então, para o La Poza. É uma área portuária às margens do lago Villarica, excelente para curtir um pôr-do-sol sentado em seu gramado. De um lado se vê o vulcão e, de outro, se vê o sol se escondendo. Maravilhoso!
Lá tem, também, essa moldura com o vulcão ao fundo, boa para fotos, e uma plaquinha daquelas típicas com o letreiro da cidade. Quem não curte tirar uma foto com elas? Haha! Quer dizer, nós gostamos.
Dica
Há alguns passeios de barco pirata saído do La Poza, com direito a apresentações e “batalha naval”. Parece super divertido! Tem horários durante o dia inteiro até umas 7h da noite, e saem do Muelle (o pier) de Pucón. Não fizemos porque só notamos quando os passeios acabaram, mas vimos, de longe, e ficamos na vontade.
Dia 1
Hidrospeed no Rio Trancura
No dia #1, demos mais uma andada pela cidade, que é de um charme só!
E aí fomos fazer o Hidrospeed, que é uma aventura radical. Muito recomendável para aqueles que não têm medo de água e que querem muito sentir a adrenalina pulsando.
Eles te buscam no hotel com uma van e te levam ao Rio Trancura. Após algumas explicações e treinos, o objetivo é descer rio abaixo por cerca de 40 minutos! É um rio cheio de pedras e com muitas ondas. A água geladíssima! O guia vai indicando os caminhos ao longo do rio. Se não se sentir confortável, pode subir em um bote que acompanha o grupo. Fomos lutando pelas nossas vidas, nunca me senti tão agradecido por estar inteiro no final! Esse é um passeio para os corajosos de verdade!
Foi uma experiência de quase morte esse negócio, eu confesso que morri de medo, mas a Liliam se deu bem, adrenalina pura, super recomendado, experiência única de vida.
Dica
Talvez o Hidrospeed seja uma aventura radical demais, mas, para aqueles menos corajosos, dá pra fazer o Rafting, que é tranquilo e bem divertido. É uma outra opção de passeio radical em Pucón.
Termas Geométricas
Depois, pra relaxar, a gente foi para os Termas Geométricas, um ônibus que demora umas 2h né? Uma vida pra chegar lá!
As termas ficam em uma fenda onde há piscinas naturalmente aquecidas. Do mesmo paisagista das Termas de Puritama no Atacama, realmente é lindo de morrer! Porém, durante o verão, estava tão cheio que era impossível aproveitar, sem contar o cheiro de mijo no fim do dia.
Dica
Os Termas de Puritama são lindos, mas prefira ir durante o inverno ou fora da alta temporada, de modo a curtir melhor o lugar como ele merece ser curtido!
Dia 2: Tour até o Huilo Huilo
Panguipulli
No dia seguinte, a gente foi fazer o passeio até o Huilo Huilo! É uma premiada reserva biológica privada, com lindas cachoeiras, lagos, museus e hoteis! Mas, antes, a gente passa numa cidade chamada Panguipulli.
Conhecida como a cidade das rosas, fica às margens do lago homônimo, o Panguipulli. Paramos para apreciar a sua orla, e andamos um pouco por suas ruas, com casinhas muito charmosas.
Huilo Huilo
Por fim, entramos na reserva do Huilo Huilo em si.
O que é o Huilo Huilo?
O Huilo Huilo me lembrou um grande parque nacional, exceto que é, na verdade, uma reserva biológica protegida privada. A área possui um ecossistema pouco explorado e uma grande biodiversidade, devido a seus lagos de origem glacial, que são de grande interesse científico. Obteve o Prêmio de Turismo Responsável da Virgin Holidays, dentre vários outros prêmios internacionais, devido o cuidado e conservação da fauna e da flora.
O parque tem diversas trilhas para fazer. A primeira que fizemos foi até o Salto de Huilo Huilo, uma cachoeira de 40m de altura que dá nome à área de preservação. No caminho, há placas informando o nome das espécies da vegetação, e a trilha é bonita! Em determinado momento, é possível observar a queda d’água por diversos mirantes, mas os mais dispostos podem chegar mais perto descendo uma longa escadaria.
Fomos, então, ao Hotel Montaña Mágica, que tem um formato de árvore. Era exclusivo para os hóspedes, mas conseguimos entrar para comer uma sobremesa em seu restaurante. É belíssimo!
40ºC não era para qualquer um! Então decidimos ir ao Museo de los Volcanes, atraídos pelo ar condicionado. É um museu bem interessante, com vários minérios expostos, e uma área de mineração, onde estava a famosa cápsula utilizada para resgatar os 33 mineradores chilenos soterrados na mina San José.
Playa Negra
Voltamos para Pucón e terminamos o dia curtindo o entardecer na Playa Negra, uma praia de areia vulcânica. A praia é muito animada e cheia, e dá pra entrar no lago, que é um ótimo alívio durante o verão, quando as temperaturas são altas.
Dica
Se puder, reserve um dia para as praias de Pucón! Elas são muito boas. Não pudemos, pois só tínhamos 3 dias na cidade, mas, pra quem curte uma praia, embora não seja de mar, a vibe é a mesma!
Dia 3: Subida ao Vulcão Villarrica
E no dia seguinte foi uma das maiores aventuras de nossas vidas, que foi subir o vulcão Villarrica em Pucón.
Basicamente, subir o Vulcão Villarica exige um bom esforço físico, e sua dificuldade pode variar de acordo com a época em que você estiver fazendo a subida! Nós fizemos com a agência Sur Explora, e durou aproximadamente 6h para subir até o cume.
Visto que tem há muito o que falar sobre a subida ao Vulcão Villarica, nós decidimos fazer um post separado para ele. Acesse-o aqui!
Vídeo
Não deixe de ver o nosso roteiro em vídeo no canal! Clique na animação acima!