24h na Paraíba partindo de Recife. Aproveitamos uma viagem a Pernambuco para conhecer, também, a Paraíba, suas construções históricas e suas praias, como a Tambaba e a Coqueirinho, além do famoso passeio ao pôr-do-sol na Praia do Jacaré.
Quando planejamos nossa viagem a Recife, consideramos fazer um bate-e-volta a João Pessoa assim que chegássemos. Faz parte de nosso objetivo de conhecer cada uma das capitais do Brasil, inclusive do Acre, ainda que isso envolva atravessar um portal para alguma dimensão paralela.
Portanto, seriam 24h ali naquela cidade. Devo dizer que, caso o leitor seja um grande amante de praia, a Paraíba oferece entretenimento para semanas, mesmo que seja morgando e descansando. Para nós, que não somos muito de praia, as 24h foram o suficiente para conhecer o que tem de melhor na região. A cidade de João Pessoa possui um centro histórico que é uma graça, embora notavelmente inseguro, e uma orla agradável. Já as cidades do interior, não muito distantes da capital, contam com praias distintas e belas, o que inclui até mesmo uma praia de nudismo, para quem quiser demonstrar seus dotes em público ou fazer aquele top less!
Nosso objetivo aqui é mostrar o que fizemos nas 24h, e, caso vocês se interessem por estender uma viagem a Recife a João Pessoa, saibam que podem fazer o mesmo!
Antes de mais nada, peço desculpas infinitas pelas fotos de qualidade ruim nesse post, mas era o que tínhamos na época. Algo aconteceu com as fotos do meu celular nesse dia, e tivemos que usar todas no celular da Liliam, que não era muito bom de fotos… (não que o meu fosse muito melhor, mas enfim, nessa época ou a gente fazia uma viagem ou comprava uma câmera, não tinha como fazer os dois). Mesmo assim, os créditos vão a ela por ter tirado foto de tudo o que era necessário para esse post!
Ida a João Pessoa (05/11/2016)
Aeroporto de Recife e Almoço no Carcará Bar e Restaurante Regional
Chegamos em Recife por volta das 13:08. Alugamos um carro na Hertz, tal como previamente reservado, e almoçamos no Carcará Bar e Restaurante Regional, em Recife. Para quem vai a João Pessoa, é uma boa escolha próxima ao Aeroporto de Recife para já entrar de cabeça na culinária regional, com direito ao feijão branco nordestino e aquela manteiga da terra que jamais dispenso, pois é muito saudável (para a alma).
BR-101
Seguimos, então, para João Pessoa, trafegando pela BR-101. São 2h30 de viagem em uma estrada muito bem pavimentada e sem grandes problemas. Passa-se por algumas cidades bem simples, dando uma noção do verdadeiro Nordeste. Colocamos no GPS o Farol do Cabo Verde, pois para lá iriamos direto, a fim de aproveitar o entardecer.
Confesso que meu imaginário de estradas no litoral do Brasil me decepcionou um pouco. Pensei que fosse dirigir em belas vias com vista para o mar. Mas eita mar que a gente demorou pra ver nessa viagem, viu.
Enfim, na Paraíba (05/11/2016)
Farol do Cabo Branco
O tal do Farol do Cabo Branco.
Assim que chegamos em João Pessoa, nossa primeira parada seria o Farol do Cabo Branco. Este é um lugar bem especial para o Brasil por ser limítrofe: é o ponto mais ao leste do país e da América do Sul. Além disso, possui uma bela visão do mar (que, depois de horas andando de carro, finalmente vimos!).
Monumento do Brasil com o Tratado de Tordesilhas.
Além do farol, existe um monumento que, se observar bem, irá perceber que é o Brasil limitado pelo Tratado de Tordesilhas, aquela tal linha que dividia as terras do novo continente entre Portugal e Espanha. Na ponta, precisamente em João Pessoa, há um Sol, pra explicitar ser este o ponto mais oriental do Brasil, dado que o sol nasce no oriente. S2Station também é história, amiguinhos!
Estação Cabo Branco
Estação Cabo Branco
A Estação Cabo Branco é um centro cultural em João Pessoa com amostras itinerantes e eventos culturais. Dado que era perto do farol, decidimos passar lá. Foi projetada por Oscar Niemeyer, o que não sei se é necessário falar, já que é a cara dele.
Segurando a luz!
Lá dentro tinha quadros, arte moderna (a.k.a. rabiscos), mas o melhor foi uma sala em que se dizia “proibido para menores de 18 anos”. Claro que isso nos chamou a atenção e entramos. Era um museu do kama sutra. Nossa reação foi a de crianças mesmo: rimos. Duas fotos do negócio vocês podem ver aqui (só não abra no seu trabalho, hahaha!).
Pontal do Cabo Bar e Restaurante
No Pontal do Cabo Bar e Restaurante.
De repente, não mais que de repente, notamos que estávamos varados de fome. O TripAdvisor apontava para um bom restaurante próximo, então fomos para o Pontal do Cabo Bar e Restaurante. Bem localizado e ao lado do mar, é ótimo para experimentar comidas de praia. Pedimos uma porção de camarão empanado e estava sem defeito.
Porção de Camarão que pegamos no Pontal do Cabo. Tava uma delícia!
Gelateria Zibello
Galeteria Zibello.
Dado o calor que, minha gente, não é brincadeira por lá, procuramos uma sorveteria e achamos a Gelateria Zibello, cujo dono é italiano. Solo devo dire una cosa: mamma mia! Não conhecemos o gelato italiano da Itália mesmo, pois ainda não tivemos a oportunidade de conhecer a Itália, mas que sorvete gostoso! Tá recomendado demais.
Em busca de hospedagem
Não tínhamos reservado hospedagem alguma em João Pessoa. Nosso estilo de viagens desprioriza os hoteis porque não vemos grande importância neles, visto que passamos a maior parte do dia na rua batendo perna, e, quando chegamos no hotel, só queremos uma cama minimamente confortável e um bom ar condicionado (ou calefação, dependendo do lugar) para capotar feio.
Então decidimos procurar por um empreendimento diferenciado. Um motel.
Neste momento, o leitor deve pensar “mas esses meninos não têm vergonha de absolutamente nada que eles colocam nesse blog de notório baixo nível”. Vai por nós. Se estiver de carro, um motel é uma opção barata e viável. A não ser que tenha nojo do lugar por causa de sua finalidade (não que as pessoas não façam o mesmo num quarto de hotel) ou ache a cama com plástico totalmente desconfortável, dá pro gasto. Nós escolhemos o Trevo Motel, que tinha um pernoite barato e incluía café da manhã entregue em nosso quarto e melhor do que o de muito hotel por aí. Além disso, é confortável, ao menos achamos. Acho que eles estão acostumados a receber turistas… Pra ser sincero, o único problema real para a gente são os eventuais barulhos da vizinhança.
No Motel havia uma coleção de carros antigos. Aprendemos com Titanic a utilidade deles.
O único problema é que chegamos lá e descobrimos que a pernoite começava à meia-noite, e que, se entrássemos antes, teríamos de pagar mais. Como bons mãos de vaca que somos, é claro que demos meia volta e ficamos enrolando em um supermercado, o Assaí Atacadista, aproveitando já para fazer um estoque de lanches para o restante da viagem em atacado.
Assim que deu o tempo, voltamos e entramos no motel, onde passamos a noite.
Conhecendo Praias do Interior (06/11/2016)
Praia de Tambaba
Praia da Tambaba. Falésias ao fundo.
Depois de tanto tempo no Nordeste, partiu praia, né? A primeira foi a Tambaba, que fica no município Conde. Assim que chegamos lá, tiramos foto nesse portal com as falésias ao fundo. O céu estava azul e com poucas nuvens.
A pedra furada, que faz a praia ser famosa.
Contudo, logo logo veio uma nuvem cabulosa e o céu ficou totalmente cinza. Foi questão de tipo.. alguns cinco minutos. “Mas no Nordeste nunca chove”, diziam. Pois até começou a chover! De toda forma, é bela a paisagem com a pedra furada ao fundo.
Liliam demonstrando sua vergonha de entrar na praia de nudismo.
O outro ponto que faz a praia ser famosa é… há uma parte naturalista. Não tivemos coragem de entrar (tem que entrar peladão mesmo), mas, se estiver a fim de mostrar teu corpo para o mundo (e de ver o dos outros), ali é o lugar!
Área com uma árvore caída que ficou até charmosa no lugar.
Praia do Coqueirinho
Adoramos ver os corais!
A seguir fomos para a Praia do Coqueirinho. E o céu abriu de novo. O que mais curtimos lá foram uns corais, que estavam à mostra no momento em que fomos. Eles eram até bem altos, então dava para ver embaixo deles os caminhos que formavam (embora não desse para entrar).
Visual dos corais embaixo deles. Muito bonito!
Se vê pela panorâmica da praia que ela é bem tranquila e boa para famílias. Também, como o nome diz, é cheia de coqueirinhos!
Panorâmica da praia.
Pela sua extensão, sao inúmeros restaurantes e também lojinhas artesanais.
Coqueiros. Afinal, a praia tem esse nome e tem algum motivo!
Canyons de Coqueirinho
Canyon de Coqueirinho!
Mas o maior motivo para ir até Coqueirinho era ir até os Cânions. Não é tão perto da praia de Coqueirinho, então recomendamos pegar o carro e ir até lá.
O lugar nos impressionou bastante, parece que, do nada, entramos em uma espécie de desertão mesmo. Grand Canyon da Paraíba, é isso aí. Dava para ver que era bem grande, porém não avançamos muito porque ficamos com medo de atolarmos um carro alugado. Mas, pelo visto, há muito o que ver lá dentro, para quem se animar.
Liliam encostada em uma das pedras.
Achamos o lugar bem fotogênico.
A propósito, o lugar possui um restaurante, que foi onde almoçamos.
Atenção: prepare-se para uma estradinha de areia.
Centro de João Pessoa (06/11/2016)
Casinhas coloridas no centro de João Pessoa.
A seguir, fomos para o centro de João Pessoa. É bonito, colorido e repleto de prédios históricos. Sentimos que, mesmo eles sendo bonitos, faltava um trabalho de preservação dos prédios. Mas, como era Domingo, além de nada estar aberto, não tinha quase ninguém e estava num clima desértico assustador. Tipo cena de The Walking Dead mesmo. Não tivemos dificuldade alguma para tirar as fotos sozinhos. E as poucas pessoas que apareciam na rua pediam para que guardássemos nosso celular porque há muitos assaltos por ali. Então todas as fotos foram bem corridinhas. Saca celular. Tira foto. Guarda.
Domingo desértico. S01E03 de The Walking Dead: Paraíba.
A foto acima não é bonita, é só para mostrar para vocês como estava aquele Domingo. Zero transeuntes. Sinto que até no Uruguai, que tem mais vaca do que gente, víamos mais gente na rua.
Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves
A Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves vista de fora.
Nossa primeira parada foi a Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves. Estacionamos lá, observamos a catedral do lado de fora, mas infelizmente, como disse, tudo estava fechado, e nem pudemos entrar.
Centro Cultural São Francisco
Centro Cultural São Francisco. Estava fechado.
Seguimos para o Centro Cultural São Francisco, que é um museu. Mas, assim como quase tudo, também estava fechado.
Aliás, pra não pagar de mentiroso, havia, a propósito, um museu aberto na frente do Centro Cultural São Francisco, que era o da Academia Paraibana de Letras. Desconfio que, no apocalipse que estava rolando naquela cidade, todas as pessoas estavam refugiadas naquele prédio.
Praça Venâncio Neiva
Liliam sentado em um banquinho da Praça.
Estacionamos na Praça Venâncio Neiva e tiramos algumas fotos nela.
A praça possui inúmeros prédios históricos.
Praça João Pessoa
Monumento na Praça João Pessoa.
Por fim, visitamos a Praça João Pessoa, que é a Praça dos Três Poderes da Paraíba: lá estão as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário estaduais. Há, também, um monumento ao centro em homenagem ao presidente póstumo da Paraíba, o João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, que foi assassinado em Recife em 1930, sendo este o estopim para a chamada Revolução de 30.
(sim, na época, não se dizia governador de um estado, mas, sim, presidente).
Tribunal de Justiça da Paraíba, o Judiciário.
Palácio do Governo, o Executivo. Nessa foto você vê duas coisas estranhas: 1º, era novembro, mas ainda homenageavam o outubro rosa. Novembro azul tá aí pessoal, façam o exame. 2º, tem uma pessoa na foto!!!
Assembleia Legislativa, o Legislativo.
Praia do Jacaré em Cabedelo (06/11/2016)
Passeio de Catamarã ao som de Boléro de Ravel
Vista da Praia do Jacaré de nossa
O próximo destino era Cabedelo, que é uma cidade conurbada de João Pessoa, pois lá é feito o famoso passeio de Catamarã na Praia do Jacaré ao pôr-do-sol e ao som de Boléro de Ravel, desempenhado por um saxofonista, o famoso Jurandy do Sax (que, aliás, está no guiness book por ser a pessoa que executou mais vezes o Boléro de Ravel). A música é uma de minhas peças clássicas favoritas, então eu definitivamente queria presenciar isso. Mesmo assim, ficamos na dúvida, pois o tempo estava muito nublado e o sol simplesmente não estava aparecendo. Muito menos apareceria o entardecer. Mas, como já estávamos lá, resolvemos ir.
É só ver um negócio desses de botar a cabeça que Liliam quer loucamente tirar foto, haha!
Pela minha ignorância, eu jamais imaginaria que a Praia do Jacaré era uma praia de rio. Isso me surpreendeu, haha! Na “praia” há vários bares, restaurantes e lojinhas típicas da região. Resolvemos comer uma tapioca, afinal, é bem a cara da Paraíba. Mas acho que escolhemos o restaurante errado, pois achamos a tapioca da tia que vende do lado de fora do meu trabalho melhor, risos.
O passeio do Catamarã foi muito bonito, de fato, com o saxofonista no meio do lago, sozinho, tocando o Boléro de Ravel. Como esperado, perdemos um dos melhores entardeceres do Brasil porque as nuvens estavam tampando tudo. Enquanto o saxofonista não chegava, o forró comia solto.
E foi assim que terminamos a nossa visita à Paraíba. Conseguimos ver praticamente tudo o que queríamos e saímos satisfeitos com as 24h no local. Obrigado por ler este roteiro!
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