Previously on S2S’s Mendoza Trip
Dia #4 (29/03/2016) – Na bicicletinha e no cavalo
Parque General San Martín de bicicleta
Entrada do Parque General San Martín. |
Um dos canais do sistema de Mendoza. |
A vegetação plantada é um tanto distinta. Aqueles coqueiros lembram um pouco praia. |
Fonte de los Continentes |
O caminho que fizemos foi o caminho acima… Hm.. ficamos na dúvida se foi o melhor caminho que fizemos, porque todo o trecho ao longo da Avenida del Libertador era uma subida e um dos pouquíssimos pontos do parque sem sombra. E o dia estava bem quente, então imagina. Quase que a gente desiste e volta. Foi muito sofrido! Nem para ser um dia friozinho, aí seria mais de boa! Costumo dizer que se perde toda a dignidade humana no calor. Tem quem goste. Mas tem gosto pra tudo. É complicado.
Como se vê, quase todos os caminhos são bem arborizados e com sombra. |
Em compensação, a volta é uma descida deliciosa! “Pra descer, todo santo ajuda”, não é o que diz o ditado?
Vou citar alguns pontos interessantes que encontramos no caminho.
Avenida del Libertador. |
Um é uma rotatória que não tem nome (fica aqui). Provavelmente não tem nome porque não tem nem sequer um monumento. Mas é bom parar ali porque dá pra tirar essa foto da Avenida del Libertador, que eu achei bem bonita por causa das árvores plantadas simetricamente. Tenho alguma espécie de TOC e acho esse tipo de coisa legal.
Reserva Flecha Nativa, com a flora original preservada. |
Também no caminho encontramos essa Reserva Flecha Nativa (que, pra variar, também não se acha no Google Maps e nem em lugar nenhum), mas fica em algum ponto perto daqui. O interessante desse lugar é que foi preservado com a flora original da região, tal como era quando chegaram ali. Observa-se, portanto, a vegetação rasteira que lembra bastante o cerrado brasileiro. Vê se que fizeram um trabalho fenomenal de florestamento no parque.
Monumento da Mafalda |
Encontramos, também, esse monumento da Mafalda. Para quem não sabe, a Mafalda é criação argentina, e, pelo que se percebe, os argentinos têm um baita orgulho da personagem e de sua fama global.
Folhas outonais coloridas. |
A folhinha do Canadá. |
A época em que visitamos Mendoza era o início do outono, então era de se esperar que algumas árvores estivessem coloridas e houvesse muitas folhas no chão. Achamos o outono uma maravilha, e fico imaginando como deve ser a cidade no auge da estação! Deve ser linda demais! (alguém aí já foi? Deixa uma foto nos comentários!)
Almoço tardio no Punta del Lago Sandwichería
Milanesa na Punta del Lago Sandwichería. Não somos bons de tirar foto de comida, haha! |
Le chat noir. |
Igor, le chat noir et les filles: Esse post tá com poucas coisas engraçadas, mas nesse restaurante definitivamente ocorreu algo muito divertido, haha! Eu estive estudando nos meses anteriores francês no Duolingo. Pra ser sincero, falho em aprender a linguagem de Napoleão Bonaparte, acho difícil demais. Mas, com persistência, talvez seja possível, inclusive pelo Duolingo. Mas, enfim, uma das primeiras lições que você aprende é “le chat noir”, que significa “o gato preto”. Como num alinhamento entre Vênus, Terra, Saturno e Io (uma das luas de Júpiter), estavam presentes naquele restaurante: um casal de gatos (um preto e um branco) e uma família francesa com umas crianças. Quando uma das crianças avistou o gato preço, ela chegou e disse, com expressão de espanto e admiração: “le chat noir!!!”.
Pensei, “cacete!! Entendi! MEU DEUS EU SOU O MESTRE DO FRANCÊS, AJOELHEM-SE ANTE MINHA FLUÊNCIA NA LINGUAGEM”, e resolvi estabelecer um contato com as meninas.
– Vous sont de France? – perguntei se eram da França. Não me julguem, elas poderiam ser de Québec, no Canadá, por exemplo. A pergunta não foi tão retardada.
A menina fez uma cara de quem não entendeu meu francês perfeito e eu tive que repetir.
– Vous sont de France? – repeti.
Ela me olhou, sorriu e falou:
– Oui! Et vous? – obtive resposta positiva, e ela perguntou de onde éramos.
– Je suis brésillienne – respondi.E visto que a menina não estava com um vestido vermelho, acabou tudo o que eu sabia falar em francês, um silêncio mórbido foi o que se seguiu. C’est fini.
Em uma árvore no meio da Punta del Lago Sandwichería |
Andamos mais um pouquinho pelo parque e já decidimos voltar para o hostel, pois teríamos um passeio de cavalos durante o entardecer.
Liliam lendo um jornal sobre o processo de impeachment da Dilma Rousseff. A notícia chegou lá e ficou na capa! |
Cerro de La Glória
Cerro de la Glória, no Parque General San Martín. |
Visitamos o Cerro de la Glória antecipadamente no Dia #1, mas vale a pena mencionar neste post também, afinal de contas é o ponto principal do Parque General San Martín. Nele, há um monumento um tanto belo, o Monumento Nacional al Ejército de Los Andes. Imponente, sua construção foi em homenagem ao centenário da Travessia dos Andes, que, liderado pelo General San Martín, foi um dos feitos mais importantes nas guerras de independência dos vizinhos Argentina e Chile.
Acredito que deva ser um teste de resistência subi-lo de bicicleta, mas, para quem tem preparo físico, deve ser tranquilo. Nós subimos num hop on/hop off de Mendoza.
Cavalgada
Preço: 1.400 pesos argentinos
Duração: 2h de cavalgada + um tempo de jantar
Cavalgadas na pré-cordilheira dos Andes. Bom demais! |
A seguir, o passeio mais legal de Mendoza: cavalgadas ao pôr-do-sol na pré-cordilheira dos Andes. Reservamos com uma agência de turismo no centro, a Mayas Turismo. Simplesmente não deixem de fazer o passeio. Eu tava meio com receio de não fazer, pois nosso dinheiro havia acabado, mas Liliam insistiu (obrigado Liliam) e acabei sacando dinheiro em um caixa ATM só para fazê-lo.
Dica: qualquer agência faz o passeio, então pesquisem na rua pelo menor preço.
Uma van nos pegou em nosso hostel e fomos em direção à fazenda dos cavalos. Chegando lá, conhecemos a amazona que seria nossa guia. Descobrimos que ela era suíça e que, em uma visita a Mendoza, se apaixonou pela cidade e nela decidiu morar. Pra vocês terem ideia de como Mendoza é legal: uma suíça querer ficar lá. Incrível, não?
Como se observa, o visual é nada menos do que fantástico. |
Ela nos apresentou aos cavalos pelos seus respectivos nomes, e, após deixar nossos pertences em uma sala, fomos instruídos a subir neles. E, assim, ela foi seguindo um caminho em direção às montanhas, e nós fomos atrás. Ela ensina alguns comandos, mas, sinceramente, não importa muito. É tudo muito tranquilo, os cavalos estão super acostumados a fazer esse passeio. Inclusive, enquanto vocês esperam os carros que traçam uma rota e se dirigem, há mais de mil anos atrás já existiam esses cavalos que parecem ligar no modo automático e fazem praticamente sozinhos! Já tive, há alguns anos atrás, uma experiência de andar de cavalo em uma feira medieval, e, na ocasião, fiquei com muito medo. Mas esse cavalos de Mendoza são muito mansos, não tive receio algum. O caminho tem algumas leves subidas e descidas, e, mesmo assim, foi de boa.
O sol se esconde. |
Claro que eu não poderia deixar de fazer alguma estouvamento. No meio do caminho, deixei o meu celular cair. Liliam, que tem habilidade com os cavalos, utilizou movimentos supremos para guiar o cavalo para o seu caminho oposto, salvando o meu celular de um terrível fim, além de nos impossibilitar de ter essas fotos para colocar nesse blog. Trágico!
Por fim, assim que voltamos com o mais belíssimo entardecer de todos os tempos dentre as inúmeras despedidas do sol que vislumbramos em nossa vida enquanto cavalgávamos, ofereceram-nos um jantar com vinho. Se foi bom? Foi ótimo! Carnes e comidas bem rústicas, coisa do mato mesmo. Mas o melhor foi ter a oportunidade de, na mesa, conversar com as suíças e com as pessoas do tour: dois israelitas e uma argentina de Buenos Aires. Bom DEMAIS conhecer as pessoas!
Vai um churrasquinho? |
Mais do que recomendado. Se estiverem em Mendoza, façam.
Com isso, finalizamos a nossa série da Terra do Malbec. Espero que tenham gostado, e, caso não tenham lido, leiam os outros posts para ter uma visão do que fazer em Mendoza. Até a próxima!