Previously on S2S’s Cape Town Trip
No post anterior, que você pode acessar clicando aqui, mergulhamos com tubarões fofinhos e inofensivos em uma água geladérrima, e, depois, curtimos um pôr-do-sol na Table Mountain, a Montanha da Mesa, que foi fenomenal.
No post de hoje, relatamos nossa visita ao Kristenbosch Gardens e a duas vinícolas do Constantia Valley: Groot Constantia e Beau Constantia.
Não deixe de conferir o nosso vídeo da viagem no topo do post!
Além disso, dê uma olhada no índice de posts + FAQ para saber mais sobre a Cidade do Cabo.
Dia #2 (18/03/2017): Kristenbosch Gardens e Vinícolas da Constantia Valley, Carnaval
City Sightseeing Bus
Iniciamos o dia pegando um ônibus hop on hop off da City Sightseeing, que você pode comprar na hora ou então reservar pelo site.
Dica #3.1: Você pode reservar pelo site mesmo que não saiba a data correta, pois o voucher é valido por vários dias, mas lá na hora você tem que trocar por um válido para o dia específico.
Para quem não conhece um hop on/hop off, é um ônibus que passa com alguma periodicidade, em um certo horário de funcionamento e em certos pontos da cidade seguindo uma ou mais linhas, e daí você pode descer e subir quantas vezes quiser, podendo ficar o tempo que quiser nos lugares em que quiser. Paga por dia e por pessoa. Achamos ótimo.
No caso do hop on/hop off da Cidade do Cabo, são quatro linhas, dentre as quais uma linha que passa pelas vinícolas do Constantia Valley. É possível trocar de linha quantas vezes quiser pelos pontos em comum entre elas.
Achamos genial um hop on/hop off de vinícolas por motivos óbvios, não se pode dirigir e beber. Decidimos, então, pegar a linha vermelha na frente do V&A Aquarium, visitar o Kristenbosch, e, depois, trocar para a linha roxa e visitar vinícolas.
Então é isso. Ah, eu adorei o fato do ônibus ser vermelho e de dois andares, porque daí eu fingia que estava em Londres. Já que o inglês dos sul africanos é com o sotaque britânico, não era muito difícil. E com uns bons vinhos dava até pra ter alucinações e ver um Big Ben na minha frente.
Mas, peraí, Londres deve ser legal que só, mas a Cidade do Cabo também é muito massa! Não menosprezemos a capital Legislativa da África do Sul de forma alguma!
Pegamos o ônibus e fomos observando tudo. Ah, um detalhe legal é que eles te dão fones de ouvido e você pode ligá-los em uma rádio ao lado das cadeiras e ouvir sobre os lugares que estiver visitando. Tem descrição em português, a propósito.
Coisa que não canso de dizer é que a Cidade do Cabo tem um negócio muito massa, que é a Table Mountain onipresente ao fundo de quase todo canto! É muito legal!
Kristenbosch Gardens
Ah, os jardins de Kristenbosch. São imensos. Um entusiasta pela natureza deveria guardar um dia inteiro ali. Como tínhamos pouco tempo, o objetivo era claro: eu queria ir ao Tree Canopy Walkway, que é uma passarela que passa por cima das árvores. O tempo estava meio nublado, porém só no Kristenbosch. A Cidade do Cabo tem dessas coisas.
No meio do caminho, o que vimos era muita gente feliz aproveitando o dia no local como se fosse um parque público, já que possui grandes áreas com gramado. Famílias inteiras curtindo a vida.
Mas, peraí, famílias brancas e dos cabelos dourados… e famílias negras. Dificilmente estavam juntas. Então, era esse o legado do Apartheid? Estávamos começando a perceber o drama, mas sem compreender ainda, coisa que só aconteceria pelo final da viagem.
Aliás, por todo lado se vê estátuas ou homenagens a Nelson Mandela. O cara é mesmo venerado lá, e diria que com razão.
Outro lugar por que passamos no caminho foi uma “Floresta Encantada”, em que havia uma árvore muito louca cheia de galhos e várias criancinhas brincando. Se você acha que mangueiras são perfeitas para subir, suas definições serão atualizadas. Nós, que somos crianças também, fomos até ela e ficamos por lá um bom tempo.
Inclusive, esperamos até não ter ninguém para fazer um pedaço da dancinha do Waka Waka, que era super vergonhosa de fazer, mas, dane-se, fazíamos de todo modo. Ficava imaginando a todo tempo que os sul africanos pensariam, “mas, de novo esses turistas dançando essa música da Shakira? Dai-me paciência!”. Pois é.
Partimos para o tal do Tree Canopy, e realmente é muito bonito, você vai passando pelas árvores mesmo, e em um ponto vê as montanhas ao fundo. Porém como o tempo não estava aberto ali (e só ali, enfatizo que é bizarro isso) as fotos não ficavam muito boas.
Óbvio que eu não viajo para aproveitar o lugar, eu viajo para tirar fotos. Como posso dizer que visitei algo se não tiver fotos necessariamente lindas e maravilhosas para provar? As nuvens atrapalhavam, sim. Sou chato.
Decidimos, então, ir para o restaurante, que fica próximo à entrada, já que bateu a fome. Passamos por outro caminho, claro, para conhecer melhor o parque. Dá pra verificar a diversidade bem grande da flora ali, realmente tiveram um trabalho primordial nesse sentido. Vê-se um pouco de tudo.
Restaurante Moyo
O restaurante Moyo, dentro do Kristenbosch, tem todo um estilão africano. As atendentes vestidas a caráter e uma apresentação utilizando instrumentos típicos do continente. A comida é uma delícia. Pegamos camarões empanados e um empanado de peixes. Só gordice. Só coisa boa. As duas porções nos foram suficientes.
Como dissemos nós dois no post índice, foi este o nosso restaurante favorito.
Mas o melhor da foto acima não é nem a comida em si, mas sim a menina com o dedo no nariz. Super fofo. Nada melhor do que comer um prato maravilhoso, degustando parte a parte, como num prazer infinito, e tendo como vista, além das montanhas ao fundo, uma criança tirando um belo de um catarro do nariz e depois comendo a catota (não sei se ela comeu a catota depois, na realidade, mas que é uma excelente fonte de proteínas, não há dúvidas).
Groot Constantia
Pegamos de novo a linha vermelha, e seguimos até a intersecção com a linha roxa, que é o ponto Constantia Nek.
Na linha roxa, optamos por parar primeiro na Groot Constantia, por ser a maior e a mais antiga vinícola da região. É considerada patrimônio tombado pela Província Ocidental do Cabo.
Em uma side note, sempre achei a palavra “tombado” muito engraçado. Como assim, gente. Você pega um prédio e tomba ele? Se o objetivo de preservá-lo, por que fazê-lo cair no chão e se quebrar todo?
A rua de entrada é belíssima e possui plantações de parreiras nos dois lados. Assim que se entra na vinícola e se passa por um caminho agradável em que, por cima, trespassam árvores, é fácil notar o estilo arquitetônico colonial de origem holandesa. Há restaurantes e locais de degustação.
Fomos até o final da propriedade, onde há parreiras e montanhas ao fundo, e tiramos algumas fotos típicas. É de se tirar o chapéu toda a infraestrutura da vinícola, não vimos nada parecido até então, mesmo tendo visitado vinícolas de Santiago, de Mendoza, do Uruguai e do Sul do Brasil.
Entramos em um dos prédios de degustações. Havia opção de degustação + tour pelo estabelecimento. Optamos somente pela degustação acompanhada de biscoitos, onde poderíamos escolher 5 vinhos dentre uma lista e experimentá-los.
Descobrimos que 5 vinhos são muita coisa e se tomássemos tudo estaríamos com problemas.
Os vinhos são bons, aproveitamos para também experimentar vinhos de outra uva típica na África do Sul, que é a Pinotage. Assim como a Shiraz, é igualmente forte. Pelo visto os africanos não gostam de vinho fraco não.
Como o tempo estava acabando e as vinícolas fechariam em breve, saímos a Groot Constantia e descobrimos que a Eagles’ Nest, que era a nossa próxima, já havia fechado às 4h da tarde. Às vezes me pergunto como raios eu ainda escrevo um blog, de tão turista noob que eu somos, só fazemos merda, mas, fazer o quê? Fomos, então, para a Beau Constantia.
Beau Constantia
What the fuck. Que cenário de vinícola foi essa Beau Constantia. Muito difícil que as fotos expliquem, foi o cenário mais lindo de vinícolas que já vimos. Novamente, deu vontade de chorar de gratidão por estar num lugar como aquele. A visão do Constantia Valley dessa vinícola é de eriçar todos os pelos do corpo, acho que até das regiões mais inconvenientes. Papel de parede do Windows XP meeesmo!
Achamos tão lindo, mas tão linda a vinícola que não resolvemos fazer a degustação. Sentamos na grama e apreciamos a vista. Tiramos fotos.
O mais importante foi quando decidimos nos cair rolando na vinícola, como no gif acima. Você pensa, “hurr durr, que retardados”. Pois bem, SIM, RETARDADOS. E digo mais, um de meus objetivos de vida é espalhar esse retardamento mental para todo o universo e atingir a maior quantidade de pessoas possível! Se quiserem, podem nos enviar para um manicômio, pois iremos felizes.
A propósito, funcionou. Um pouco. Havia um casal de africanos ali. Aliás, para a nossa surpresa, um negro e outro branco. Juntos, felizes. Viram a gente rolando na grama e… bem, fizeram o mesmo! Por que não imitar os turistas retardados?
Porque o retardamento é, também, o amor.
Love is in the air.
Já era quase hora do último ônibus, então voltamos pelas 5:15 para o ponto, e partimos para uma das últimas paradas do hop on/hop off que nos interessavam: a Camps Bay. Passamos por caminhos belíssimos, diga-se de passagem. É uma região realmente formidável.
Camps Bay
A Camps Bay é um bairro com uma praia, a Camps Bay Beach. Ela é cheia de restaurantes, tem uma orla muito aprazível de se andar, em que podemos observar a Lion’s Head, uma bela e icônica montanha da cidade, ao fundo.
O objetivo era ver mais um pôr-do-sol perfeito. Não que se exija algum esforço para conseguir isso lá na Cidade do Cabo. É só parar e olhar. Só isso.
Sinto que, lá, o vento estava ainda mais forte do que na Table Mountain. Pra ficar mais emocionante, o vento carregava muita areia, que batia na nossa cara fortemente. 😁 Fomos andando para o mar até uma região com pedras. Para isso, tivemos que pular uma parte da praia que já estava com um pouco de água.
Assim que chegamos lá, brincamos de dançar enquanto esse sol gigante se despedia. Qualquer semelhança com o sol do filme O Rei Leão é mera coincidência.
Muito lindo. Lembra do que eu disse? Todo pôr-do-sol lá é sensacional.
Na volta, bem… recorda-se daquele pedaço de água que tivemos que pular? Pois bem, a maré havia subido e tivemos que andar por um bom tempo procurando o melhor lugar para passar, haha! Sorte que nossas botas eram impermeáveis.
Havia uma criança negra me olhando e rindo hororres de mim. Também pudera. Eu também riria. Tentei estabelecer alguma comunicação, porém ela só falava africâner. Que pena. Queria realmente conhecê-la. Quem sabe não fosse um Eistein que nasceu em um lugar errado? Sempre penso nisso. Por vezes, o que uma pessoa precisa não é somente de inteligência. Ela tem de ter oportunidade. Infelizmente, era o que algumas pessoas, ali, não tinham desde o berço.
Jantar no The Raj
Jantamos no restaurante The Raj, que é muito bonitinho, exceto que, como bons retardados que somos, não notamos que era um restaurante indiano. Não estávamos a fim. Mas assim que sentamos já chegaram com pãezinhos e não tivemos como dar um “nós se vê por aí”. Pedimos um curry e que fosse sem pimenta. Mas foi uma comida tão ou mais apimentada do que as que comemos na Tailândia, o que não fez muito bem para a Liliam. Não faria muito bem para mim também, e eu só descobriria no momento em que a comida fosse sair do meu corpo. Oh well. Foi um curry muito bom, mas não era o que queríamos.
Carnaval
Sabíamos que estaria havendo uma espécie de carnaval na cidade nesse dia, pois nosso anfitrião nos avisou. E seria na frente do nosso Airbnb, tanto que a rua estava fechada e tivemos que pedir para o motorista do Uber que nos deixasse na rua de cima.
O que a gente não imaginava é que seria realmente um carnaval. Com direito a desfiles com fantasias e a carros alegóricos! Pois é! A diferença é que não tinha nada de samba. Cada carro alegórico tinha uma música diferente, e diversos elementos da cultura africana foram inseridos. Nós adoramos!
Única coisa estranha é que acabou pelas 10h da noite e, finalizado o desfile, a população rapidamente se dispersou e acabou tudo. Bem diferente do Brasil, em que teríamos festa pelo menos pelo restante da madrugada. Cultura é uma coisa, né?