Viagem realizada entre 29/03/2017 e 01/04/2017. Hospedagem no Hotel Casa Grande.
Quando eu avisava às pessoas que passaria o feriado em Palmas, a primeira pergunta era “vai visitar algum parente?”. Hmm, quase. Fomos visitar uma amiga. Justamente aquela que, inclusive, nos apresentou, e foi nossa daminha de honra, a Renata, sem a qual nem estaríamos casados, e, muito menos, viajando por aí.
A pergunta é pertinente visto que Palmas, pelo bem da verdade, está bem longe de ser uma cidade turística. Contudo, com nossa experiência com viagens, aprendemos a aproveitar qualquer lugar que visitemos. Por conta de uma expectativa baixa, acabou que gostamos muito, a ponto de render post no blog e vídeo! Não faz muito sentido viajar exclusivamente para a cidade para conhecê-la, mas se tiver de visitar a mais nova capital do país, saiba que ela é interessante, há o que fazer; se estiver indo para o Jalapão, talvez valha a pena reservar ao menos um dia para passar um calorzinho nessa cidade que, assim como Brasília, foi planejada, e, consequentemente, é bem organizada.
Aliás, se estiver indo para o Jalapão, vale a pena conferir o post do blog Across the Universe sobre 5 dias no Jalapão.
Como fomos visitar a Renata, nossos passeios foram bem diluídos no período de 3 dias completos. Acredito que dê para fazer tudo o que fizemos em dois dias. Contudo, fiquem avisados: o coração do Brasil é muito quente, então passeios entre 11h e 15h costumam ser hardcore, chances de se transformar em um torresmo estão em torno de 94,21%. 😐
Índice
Neste post, você encontrará o seguinte conteúdo, com base em nosso roteiro de 3 dias bem encalorados em Palmas.
Dia #1: Um passeio no centro de Palmas
Nossa passagem de Brasília para Palmas era às 7h da manhã, então tivemos que acordar 5h da madrugada. Uma experiência masoquista a que, confesso, não sei por que nos submetemos ainda. 😂 O vôo teve uma turbulência que me fez achar que fosse morrer. Pensei, “céus, já viajei para o outro lado do mundo e vou morrer em um avião para Palmas?”. Mas deu tudo certo, pois o piloto certamente era competente. Na visão da janela, impressionou-me a dimensão do Rio Tocantins e também a existência de uma bela serra no horizonte da cidade.Assim que chegamos lá, encontramos um aeroporto pequeno, porém organizado, todo com ar-condicionado. Assim que saímos dele, foi perceptível a necessidade desse item essencial na cidade: mesmo sendo 8:30 da manhã, a cidade já tava daquele jeitinho quente, como se o cachorro da Dona Clotilde (😈) tivesse soltado um bafão sobre nossas cabeças.
Renata já estava nos esperando e corremos para o ar do carro como se não houvesse o amanhã e nem o depois de amanhã. Ela nos levou a sua mansão casa, onde conhecemos os seus lindos cachorros (não tem como não se apaixonar pela Manu); ela nos fez tapioca de café da manhã, sua mãe nos ofereceu um almoço, e passamos o restante do dia morgando no sofá vendo Netflix, batendo papo, e aproveitando o ar-condicionado.
Praça dos Girassóis, parte #1
Ao final da tarde, fomos para o nosso hotel, e de lá visitamos a Praça dos Girassóis ao entardecer. A ideia era pegar um bom pôr-do-sol, mas ficou para outro dia, pois chegamos tarde demais. Os pontos interessantes são:
1. Os 18 do Forte de Copacabana: um monumento muito bonito contendo os 17 militares e um civil que participaram da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, que reivindicava o fim das oligarquias no poder, e acabou servindo de inspiração para o movimento emancipacionista de Tocantins [1]. Realmente um monumento bem interessante que não deve deixar de ser visitado.
2. Memorial Coluna Prestes: não chegamos a entrar nele, mas é interessante pelo menos tirar uma foto no lado de fora com o Carlos Prestes. Projetado por Oscar Niemeyer, o que é perceptível rapidamente, já que tem a cara dele, é uma homenagem à marcha realizada pela Coluna Prestes [2], pela defesa do ensino público e a obrigatoriedade do ensino primário a toda a população [3]. Assim, o local possui auditório, exposições e salas de estudos [4].
3. Palácio Araguaia: sede do governo do Estado de Tocantins. Infelizmente fechado para visitação nos finais de semana, então não entramos, mas é bem bonita por fora; é visível de qualquer ponto da praça.
4. Fonte: existe uma fonte muito bonita na praça que vale a visita.
Voltaríamos depois durante o dia, então logo mais falo mais um pouco sobre a Praça dos Girassóis.
Sicondo Ristorante
A fome foi surgindo e a Renata nos sugeriu alguns restautantes; nós só queríamos, pelo ódio de Hefesto e pelo amor dos deuses nórdicos, esses já acostumados com o frio, que fosse um lugar com ar. Então fomos para o Sicondo com alguns amigos dela. É um restaurante bem chique da cidade, é caro, porém o sabor é nota 10. De entrada pedimos um carpaccio; de prato principal, um prato com camarão; e de sobremesa um petit gateau.
Há uma história curiosa sobre esse petit gateau. Foi pedido para três, eu, Renata e uma amiga dela. Só que, quando ele chegou, Renata estava no banheiro, e tivemos que ficar encarando o petit gateau como uma família de vampiros em volta de uma humana menstruada. Assim que ela chegou, contidos todos os nossos desejos mais profundos, a sobremesa não durou nem 2 minutos.
Dia #2: Parques, Shopping e Praia
Parque Cesamar
Estávamos bem cansados do dia anterior por termos acordado um tanto cedo, então acordamos mais tarde e pegamos um Uber para o Parque Cesamar. Liliam, que já havia visitado Palmas, havia me alertado de que a prefeitura da cidade era muito animada. E não é que era mesmo? O parque estava todo enfeitado para a Páscoa. Não era um enfeitinho aqui ou ali de coelhos – era para todo lugar. Assustador. Realmente gastaram uma boa grana com isso. Ficou bonito.
Tiramos algumas fotos e fomos para uma pista de Bikecross existente nele. Não tínhamos bikes disponíveis, então ficamos correndo nela (não que se tivéssemos bikes nos aventuraríamos na pista, mas enfim). Quem vê o vídeo, inclusive, deve ficar pensando, “mas nossa, Palmas nem é assim tão quente, eles até correm e dançam”. Engana-se, óbvio. São coisas que a gente faz pela arte. Porque depois de correr um pouquinho que só (nem foi muito), me sentei no chão perto de uma sombra, clamando por água, como se tivesse desidratado completamente e ficado próximo da morte. Não é brincadeira não o calor dessa cidade.
Então fomos no centro do parque fazer o quê? Tomar sorvete. Porque né, melhor coisa.
Tomado o sorvete, visitamos quedas d’água e seguimos por uma trilha ao redor do parque. A intenção era encontrar capivaras. Foi nesse momento que me deu a ideia de usar Applause no vídeo (piadinha infame que só curte quem não é de Palmas), e daí começamos a dançar ridiculamente. Mas o calor estava muito grande e, depois de achadas as capivaras, assim que nossa amiga Renata chegou, resolvemos dar o fora.
Palmas Shopping
Almoçamos no Burger King do Palmas Shopping, que é bem pequeno e basicamente se resume a um cinema, uma praça de alimentação e algumas lojas. Lá, encontramos um primo da Renata e sua noiva, com quem conversamos horrores sobre viagens e tal. Muito legais eles. Na realidade o plano era óbvio: enrolar o quanto fosse possível para que o sol, do lado de fora, reduzisse o índice de torramento na cidade. Também aproveitamos para conhecer uma unidade da rede de supermercados de que a família da Renata é sócia, o QUARTETTO.
Praia da Graciosa
Sem muita expectativa, confesso, fomos para a Praia da Graciosa, com o objetivo de caçar o pôr-do-sol. Para a minha enorme surpresa, a praia de rio é muito agradável, organizada e bonita! Fiquei desejando que tivesse algo do tipo em Brasília. A orla faz uma curva, e em sua extensão existe um calçadão com quiosques, bem como uma praia de mar mesmo. Pessoas brincando na areia e lanchas estacionadas davam um ar de graça para o lugar. Gostei mesmo!
Lá encontramos o Maurício do Aquático, que nos ofertou um passeio de lancha por um preço amigável. Recomendamos muito, pois foi o melhor que fizemos em Palmas! Com um vento agradável gerado pela velocidade da lancha que nos fez até esquecer o calor, passamos por debaixo da ponte, demos voltas e tiramos muitas fotos. Estacionamos em uma ilha no meio do rio, onde pudemos observar o sol, tímido, indo embora, deixando para trás um rastro vermelho e roxo projetado nas nuvens. Um fim de dia realmente belíssimo. Por fim, voltamos para a praia.
Capim Dourado Shopping
Fomos para o Capim Dourado Shopping, esse sim um enorme shopping. Nosso objetivo era ver Guardiões da Galáxia 2, que estava em cartaz na época. Eram 8h da noite e as lojas já estavam se fechando. Curioso esse horário. Porém mais curiosa é a existência de vários “parquinhos” dentro do shopping, cheios de crianças brincando. Tinha até um parque de arvorismo montado ali. Fiquei me questionando o porquê, e rapidamente veio a resposta: é por causa do calor, parquinhos de rua não funcionariam, então fizeram dentro do Shopping.
Por falar em calor, não só havia ar-condicionado no Shopping, como também ventiladores de teto gigantes. Não estavam ligados porque não estava na época do calor ainda (risos), mas estavam lá.
Dormi no meio do Guardiões da Galáxia, muito embora o filme estivesse muito bom, porque estava muito cansado. Uma pena, tenho de ver novamente depois.
Depois do cinema, fomos comer num restaurante na área gourmet do Shopping, o Cheers: Chopp & Grill.
Dia #3: Praça dos Girassóis parte #2 e Taquaruçu
Praça dos Girassóis, parte 2:
Pela manhã, voltamos na Praça do Girassóis para conhecê-la durante o dia, além disso não havíamos visitado o outro lado da praça, na frente do Palácio Araguaia, que lembra muito Brasília por ser uma praça plana, minimalista e com alguns poucos monumentos, e que preza mais pelo espaço amplo. Lá, visitamos o Monumento dos Pioneiros de Palmas, o Cruzeiro e o Centro Geodisco do Brasil.
Nossa ideia era comer em um restaurante do centro, mas estava fechado, então almoçamos na Praça de Alimentação do Capim Dourado Shopping.
Cachoeira do Roncador em Taquaruçu
A seguir, Renata se convenceu de ir com a gente na Cachoeira do Roncador, que fica em Taquaruçu, uma um distrito de Palmas na serra. O caminho até a entrada da cachoeira é muito tranquilo e inteiramente asfaltado, além disso não há nenhuma dificuldade por estar em uma serra, então qualquer carro chega lá tranquilamente.
A trilha de 1,5km também é bem tranquila, o único problema seria um lance de escadas que existe logo no começo, que é inofensivo na ida, porém na volta é um martírio! 😂 É a única parte pavimentada da trilha, o restante é de terra.
Ao final, existem duas cachoeiras, a primeira dizem ser um pouco perigosa e escorregadia, não se recomenda entrar, embora seja muito bonita. Estava, contudo, muito tarde, e estava pouco iluminada, então as fotos não saíram boas – vai ficar só nas nossas lembranças mesmo.
A segunda é uma cascata enorme, de 70 metros, e você pode entrar no poço dela, inclusive ficar embaixo dela. É muito agradável. Só tomar muito cuidado porque a água é turva e existem muitos galhos e pedras que podem te machucar.
Voltamos para Palmas, jantamos no Açaí.com, cujo açaí é muito bom, mas que tem crepes também, para quem quiser algo salgado. Não gostava de açaí, e passei a gostar.
Passamos de volta na casa da Renata, e ela depois nos deixou no aeroporto. Fomos embora com boa impressão da cidade!
Parceiros
Uma outra visão da visita a Palmas pode ser vista no blog Mala de Viagem, da amiga Anna. Você confere o post aqui.