Card de Viagem
Período de viagem22/01/2017 a 09/02/2017
EstaçãoInverno, porém calor cabuloso
TemperaturaMínima de 15ºC, Máxima de 35ºC, abafado, ajuda eu
Câmeras utilizadasAction Camera: Xiaomi Yi
Celulares: Samsung Galaxy S7
Itinerário de Viagem– 22/01/2017 – Brasília (BSB) a Guarulhos (GRU), aéreo, via LATAM
– 23/01/2017 – Guarulhos (GRU) a Doha (DOH),  aéreo, via Qatar Airways
– 24/01/2017 – Doha (DOH) a Bangkok (BKK), aéreo, via Qatar Airways
– 27/01/2017 – Bangkok (DMK) a Chiang Mai (CNX), aéreo, via AirAsia
– 30/01/2017 – Chiang Mai (CNX) a Phuket (HKT), aéreo, via AirAsia
– 31/01/2017 – Phuket a Koh Phi Phi Don, barco, via PhuketFerry
– 03/02/2017 – Phi Phi a Railay, barco, via PhuketFerry
– 06/02/2017 – Krabi (KBV) a Bangkok (DMK), aéreo, AirAsia
– 07/02/2017 – Bangkok (BKK) a Doha (DOH), aéreo, Qatar Airways
– 08/02/2017 – Doha (DOH) a Guarulhos (GRU), aéreo, Qatar Airways
– 09/02/2017 – São Paulo (CGH) a Brasília (BSB), aéreo, LATAM

Hospedagem– Modena by Fraser, em Bangkok
Rainforest Boutique Hotel, em Chiang Mai
Blu Monkey Hub and Hotel Phuket, em Phuket
P. P. Casita, em Koh Phi Phi Don
Railay Princess Resort and Spa, em Railay Beach
Lebua at State Tower, em Bangkok
LinguagemTailandês
Linguagem para sobreviverInglês se entende bem em estabelecimentos comerciais. Na rua, aí já são outros quinhentos.
DinheiroLevar dólares (USD), trocar por bahts (THB).
Além disso, existem caixas ATM por toda biboca aceitando saques com Visa ou Master.



“Eu nem tenho vontade de ir à Tailândia”, disse eu, em uma tarde ensolarada. “Lá faz calor”, enfatizei, dramático tal como somente eu sou, ciente de que é de amplo conhecimento o meu desgosto por temperaturas altas. Um amigo havia comprado passagens de promoção pela Qatar Airways para o país, era necessário ter ao menos seis pessoas no bilhete para que ficasse barato, assim era a promoção, e as datas me eram bem inconvenientes, não poderia fazer o mesmo, então eu precisava negar o desejo. Tática funcional. Confesso que não era tão mentira: nunca desejei visitar a terra do Tai, jamais foi um sonho. Esse é um status que eu reservo ao Japão, prazer nada oculto de minha adolescência otaku. Não que seja desdém pela Tailândia, longe disso, apenas preferência. Porém a cada dia que passa fica mais claro não ser eu o ser supremo a escolher o meu próprio destino – quem o faz são as promoções. Eis que um outro amigo encontra datas pra lá de interessantes e eu decidi me juntar a ele. Rapidamente, outros amigos entraram na party, e, logo, éramos oito – quatro casais.

Compreensível a situação considerando um paralelo da viagem inteira com a Jornada do Herói. Chamam essa tal de jornada de “Monomito”. Estava eu em meu mundo comum, minha casa, minha cidade, a linda e utópica Brasília, uma ilha da fantasia mesmo, confortável como sempre é, e sugira o chamado para a aventura, uma promoção das loucas, imperdível, bastava dizer sim e nada mais. Tal como é natural ante situações incomuns, contudo, o herói rapidamente recusa o chamado. Nesse caso, ele demora a aceitar o desafio porque tem medo. Ele tem receio de que as datas escolhidas não sejam as melhores e que surja algum empecilho. Ele não quer sofrer as consequências. Não obstante isso, ele acaba aceitando, de todo modo.

“Sempre quis viajar para a Tailândia, era o meu sonho. Cheio de lugares belíssimos”, foi exatamente mais ou menos com essas palavras que eu mudei completamente o meu discurso.
De lá até a viagem, o que dominou foi a ansiedade. Duas das mulheres do grupo ficaram grávidas. Uma delas quase desistiu da viagem, mas o médico disse que tudo bem, que não havia problema. De fato, não houve, e nos divertimos muito. É basicamente sobre diversão, e um pouco de perrengue, claro, que eu vou falar a seguir.

Antes de mais nada, gostaria muito de agradecer a todos que viajaram comigo. Liliam, minha esposa. Hugo e Pollyana. Fabio e Erim (e João Pedro, dentro dela). Bruno e Kennia (e Miguel, também um bebezinho ainda em desenvolvimento em sua barriga). Foi maravilhosa a companhia de todos vocês!

Em tempo, peço desculpas, mas as fotos deste post não foram tratadas em nada. Tive preguiça. E nem vou dizer a vocês que ao menos assim vocês têm exata noção da realidade, porque uma foto é uma realidade vista por meio de uma máquina, e não pelos olhos humanos. É totalmente diferente. (LISPECTOR, Clarice)

Dica #0.1: Eu tomaria cuidado com comida, e vocês saberão o porquê.

Dica #0.2: Ainda sobre comida, não temos vegetarianos/veganos no grupo, porém identifiquei que quase todo restaurante possuía alguma opção vegetariana, então, quem for, não se preocupe.

Preparativos

Dica #0.3: Para entrar na Tailândia, é indispensável levar passaporte com validade em até 6 meses antes do vencimento, e também o Certificado de Vacina Internacional de Febre Amarela, junto do documento utilizado para emiti-lo.

Novamente seguindo o monomito da Jornada do Herói, segue a etapa do encontro com o mentor.

Felizmente, a internet hoje é como um cara que nos guia antes de nossas aventuras. Pesquisei um pouco e o que achei foi realmente útil, portanto repasso para os próximos heróis que resolverem trilhar o caminho até o outro lado do mundo.

Primeira coisa é providenciar o Certificado de Vacina Internacional de Febre Amarela. Precisa ser em inglês e indicar que tomou vacina para a Yellow Fever. Sem ela, você não entra na Tailândia. Para obtê-la, basta antes tomar a vacina, lógico, fazer o pré-cadastro aqui, dirigir-se a um centro de orientação para saúde do viajante da ANVISA (a lista de centros pode ser vista aqui), entregar teu certificado nacional de vacina (que pode ter sido tomado na rede pública ou privada) junto de algum documento (passaporte ou carteira de identidade), e você terá o certificado em alguns minutos. Bem simples. Importante ressaltar que, se fizer o certificado com a carteira de identidade, leve-a. Ah, e agora a vacina dura para sempre, então não precisa renovar, a não ser que faça com o seu passaporte, aí terá de renovar se o passaporte vencer. Não nos pediram, mas a leve de todo modo. Depois não adianta ficar chorando dizendo que foi deportado, só vou lamentar.

Quando chegar na Tailândia, antes da imigração existe um posto escrito “Health Control”, onde você deverá mostrar o Certificado Internacional de Vacina antes de entrar na fila da imigração.

Como queríamos conhecer Doha, também entramos no site da Qatar e pedimos o visto de trânsito, que só é necessário se for sair do Aeroporto. É de graça.

Quanto a roupas, não compramos muita coisa, e eu nem recomendo, pois na Tailândia mesmo, principalmente em Chiang Mai, o que não falta é roupa barata. Dá pra renovar o guarda-roupas. As roupas para levar são de preferência leves, pois o país é quente de se morrer sufocado. Ainda assim, recomendo uma blusa de frio, principalmente se fizer conexão em Doha de madrugada, a não ser que queira morrer congelado pelos ventos noturnos do deserto.

Só resolvemos comprar mesmo duas malas da Le Postiche novas porque as nossas já estavam destruídas. Não imaginávamos que infelizmente elas possuíam uma presença satânica na parte frontal que as faziam cair toda hora. Raiva infinita, dá vontade de devolver.

Ida

Todo mundo no Pizza Hut!
De pensar que a ida e a volta nos consumiram quatro dias, dá vontade de fazer um post só pra elas. Viajar pra Ásia é assim mesmo, cansativo. Na ida é só alegria. Cansa, mas estávamos indo viajar, certo? Conhecer um outro continente, uma nova cultura, maravilha! Conhecer novos tipos de bactérias e ter diarreia por conta delas é sempre algo que nos deixa ansiosos.

Pegamos um avião de Brasília até Guarulhos de noite com mais um casal, onde encontramos os outros dois casais, que já estavam em São Paulo aproveitando a cidade. Então, depois de esperar um tanto em uma madrugada paulista, fizemos check-in e entramos na área de embarque. Comemos mais, dessa vez num Starbucks que havia lá dentro. As lojas estavam em sua maioria fechadas. Não é um aeroporto 24h. E parece que, quando você fica acordado, a fome vem, não importa o que aconteça (tudo vai ficar melhor). Além disso, é aí que você se sente obrigado a comer os pães-de-queijo banhados a ouro mais caros de todos os tempos, e ao mesmo tempo mais ruins. Se soubesse, contudo, que dias depois me enjoaria tanto da comida tailandesa super agridoce.

No monomito, seria este o cruzamento do primeiro portal.

Entramos no avião.  Um Boeing 777 normal. Telinha com filmes e seriados – uma boa distração pra quase todo mundo, exceto pra mim. Sou dos que levam de tudo para a viagem: tablet, kindle, PSP, Nintendo 3DS. Prometi a mim mesmo que leria pelo menos dois livros inteiros. E acabei não usando nada. Não sei que bicho me pica, mas não tenho vontade de fazer coisa alguma durante os vôos. Fico meio de saco cheio e passo a maior parte do tempo tentando dormir. Eventualmente durmo, mas realmente o que acontece é “tento dormir”.

Ah, e existe um novo método de tortura quando você viaja para a Ásia. Nada de afogamentos, choque, queimaduras, alfinetes embaixo das unhas ou cócegas. Refiro-me ao canal que mostra onde o avião está no mapa. Você dorme e acorda – não chegou nem a atravessar o Atlântico e a África é um sonho distante. Então volta a dormir e acorda novamente. Olha olha, estamos perto do continente africano. Boas notícias. Dorme e acorda. Estamos na África! Lanchinhos! Dorme de novo. Acorda. Atravessando o deserto do Saara, o sol estava quente e queimou a nossa cara. Mais lanches! Dormi. Oriente médio!

E olha só, Doha!

Sobre o serviço da Qatar, não achei nada excepcional. Inclusive acho que demoraram com os lanches em alguns momentos, pensei que fosse morrer de inanição, mas deu tudo certo.


Doha

Galera em Doha!

Assim que chegamos no Aeroporto de Doha, nos deparamos com um trem super chique para se locomover no aeroporto. Alá do céu, que aeroporto CABULOSO. E, ao contrário do de Guarulhos, que já é grande, o negócio era 24h. Luzes por todos os lados, coisa linda mesmo. Lojas abertas de todos os tipos para todos os gostos. Só a comida que é bem carinha mesmo. Algo tipo R$40 num sanduíche.

Nossa conexão era na madrugada. Tínhamos 8h em Doha, então decidimos sair do Aeroporto e conhecer a cidade. Logo na saída havia um guichê oferecendo tours privados pela cidade. O preço era de $25 por carro e por hora. Aceitamos e fomos. Foi uma experiência magnífica. Tão magnífica que expliquei em um post separado, que você pode conferir clicando aqui.

Logo que voltamos para o Aeroporto, passamos pela imigração novamente e pegamos o avião para Bangkok. O resultado foi: desmaiamos completamente no trecho. Acho que foram as 8h de avião mais curtas da minha vida.

Tailândia

Segue abaixo o índice de posts dedicados à Tailândia: